O Agito da Cultura

Pode-se dizer que passei um fim de semana culturalmente agitado, marcando presença no Festival Internacional de BD da Amadora (Sábado) e na peça "O Nome da Rosa", na cidade de Tomar (Domingo).

Como acontece todos os anos, rumei ao FIBDA 2008 para a principal exposição Fórum Luís de Camões (Brandoa), cujo tema era a Ficção Científica na BD.

No cômputo geral fiquei decepcionado com a mostra deste ano, com excepção da decoração das salas, o pequeno espaço dedicado a Dave McKean (album "Mr. Punch", editado pela BDMania) e algumas tiras originais de Moebius e Jorodowski.
Um evento com tudo para ser bem sucedido, parece que não conseguir reverter os problemas da edição de BD em Portugal (ou a falta dela). As novidades têm sido escassas ou inexistentes (os stands que vendiam comics e BD importada estavam em maior numero, em detrimento dos que tinham BD nacional e/ou traduzida) e a falta de apoios não permite a vinda de grandes nomes da BD mundial a Portugal. Que saudades tenho do evento onde se conseguiu juntar Neil Gaiman e Carlos Ezquerra em Portugal no Fórum Telecom, patrocinado pela saudosa Devir!!

No Domingo, em resposta a um desafio lançado por uma grande amiga, rumei a Tomar para assistir em pleno Convento de Cristo à encenação da peça "O Nome da Rosa", baseada no livro homónimo de Umberto Eco pela companhia teatral Fatias de Cá

Foi, antes de mais, uma oportunidade dupla: primeiro poder conhecer melhor uma bela cidade e parte da sua gastronomia (recomendo o restaurante simpático "Piri Piri" junto ao centro da cidade) e ter a oportunidade de assistir a uma peça de teatro no ambiente certo.

A mecânica da peça baseia-se em seguir os actores pelas diversas salas do Convento onde decorre a acção, tornando mais intensa a imersão naquele Mundo medieval. A predominância de cenas em amplos corredores com uma personagem em cada ponta ou o uso de locais onde a luz é escassa (velas/candeias) ou inexistente torna complicada a experiência de alguém com problemas auditivos como é o meu caso... nesta situação recomendo a leitura do livro ou o visionamento do filme antes da peça.

Trata-se de uma peça com cerca de 5 horas, intercalada por momentos de refeição a separar os diferentes actos, partilhados com os actores. O aproveitamento das salas do Convento é muito bom, com destaque para as ruinas ao luar que tornam toda a sequência lá passada ainda mais onírica. Tal como disse Umberto Eco no seu outro romance, "O Pêndulo de Foucalt", se imaginasse um castelo templário seria o de Tomar.

Aproveitem que a peça estará em cena até 28 Dezembro e espreitem o site da companhia teatral em www.fatiasdeca.net. Surpreendam-se com cultura!!

Carpe Diem.

Etiquetas:

 
posted by Carpe Diem ¤ Permalink ¤


0 Comments: