Respirar Vida
Esta semana estreou um filme que, mal vi o trailer, me deixou com muito interesse em descobrir por 4 razões principais: Juliette Binoche (para mim uma das maiores actrizes francesas), Romain Duris, Cédric Klapisch (realizador que já me tinha cativado com "A Residência Espanhola" e, não tanto, com "As Bonecas Russas) e a cidade de Paris (eterna, amante, sonhadora, irrepetivel).

Trata-se de um filme onde se desenrolam 8 histórias, tendo por fundo a cidade de Paris. A história que origina o olhar sobre todas as outras as outras é a de Pierre (Romain Duris), um bailarino, que descobre ter uma doença cardiaca, só curável com um transplante de coração. A aproximação da morte fará com que Pierre veja a Vida de forma diferente e se "divirta" a imaginar as vidas dos outros... como ele diz a certa altura, gosta de olhar os outros a viverem e fazer disso a sua imaginação e assim viver por eles e com eles.
Além da historia de Pierre, seguimos o rasto de Elise, sua irmã, que trabalha como assistente social que, aos 40 anos, não encontrou ainda um companheiro para partilhar a Vida e cuidar dos seus 3 filhos. A história dos trabalhadores magrebinos no mercado que vivem o dia todo a trabalhar e se divertem à noite, quando a juventude rica e ociosa procura uma aventura junto do que desconhece. A história de 2 irmãos, um arquitecto racionalista (Philippe) a criar o futuro da cidade e o outro (Roland) historiador deprimido que não quer terminar a Vida rodeado de livros e no passado. A estudante que se entrega ao professor e depois o reprime, porque a sua Vida não é essa sem contudo ter em conta os sentimentos do outro. A dona da padaria e os seus preconceitos para com as nacionalidades dos seus empregados. O emigrante dos Camarões que procura o seu Eldorado na cidade de Paris.
São historias de amor, redenção, tristeza, perda, emoção... no fundo, a Vida como ela é numa cidade que, nem sempre, é mágica e esconde no seu fundo a realidade. Um filme a ver, contudo, considero que tenta falar de muita coisa em pouco tempo (ainda que o filme seja longo), sem desenvolver demasiado qualquer das histórias.
Tenho de destacar alguns momentos como toda a sequência final de Pierre, a emoção de Elise com o vendedor de fruta, as imagens de Paris que não são postais ilustrados e a secura como é mostrada a diferença entre ricos/pobres e franceses/emigrantes na sua falta de valores.
Carpe Diem.

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