Músicas do Mundo - 2 Many DJs

Não há palavras que descrevam a grandeza destes senhores que, felizmente, estão a habituar-se a visitar o nosso país. Falo da dupla de belga de irmãos, Stephen e David Dewaele, mais conhecidos por 2 Many DJs.

Depois de diversas aparições (sempre soberbas e esgotadíssimas) no LUX, os manos actuam amanhã (29 Maio) no Salão Preto e Prata do Casino do Estoril, a partir da meia-noite. Quem os conhece sabe que se trata de uma dupla imperdível, tendo-se notabilizado em sessões de Djing onde fazem misturas de extractos de músicas variadas (até misturam pimba como a "Love´s in the Air"), usando apenas 2 pratos e uma mesa de mistura.

Deixo-vos, como aperitivo, a introdução que eles fizeram no Summercase de Barcelona de 2008... fabuloso não vos parece?

Carpe Diem.

 
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O Jazz é Cool :)

O grande Festival de Verão deste ano, aparenta ser, o Cascais CoolJazz Fest que decorre entre 09 e 31 de Julho, em diversos recintos de Cascais (Cidadela, Parque Marechal Carmona e Hipódromo) e Mafra (Jardim do Cerco).
Se duvidam vejam lá quem vem até ao CoolJazz:
- Joshua Redman (09 Julho na Cidadela)
- Jazzanova (10 Julho na Cidadela)
- Eliane Elias (14 Julho no Parque Marechal Carmona)
- António Zambujo (15 Julho no Parque Marechal Carmona)
- Vaya Con Dios (16 Julho no Jardim do Cerco)
- Vadios (17 Julho no Jardim do Cerco)
- Buika convida Mariza (19 Julho no Parque Marechal Carmona)
- Mafalda Veiga (21 Julho no Parque Marechal Carmona)
- Katie Melua (22 Julho no Hipódromo)
- Lisa Ekdahl (23 Julho no Parque Marechal Carmona)
- James Taylor (29 Julho no Hipódromo)
- Seal (31 Julho no Hipódromo)
As recomendações Perdido no Éter estão salientadas a azul, só não sei o que faz a Mafalda Veiga, os Vaya Con Dios e o James Taylor neste cartaz, deve ter a ver com qualquer multiculturalismo (leia-se agradar a gregos e troianos).
Para quem não sabe, os Vadios é um projecto onde participam Camané, Mario Laginha, Bernardo Sasseti e tendo por convidado especial o Carlos Bica...esta união do fado com o jazz promete muito!!
Carpe Diem.

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Baloiços Russos no Varekai

Fica aqui o video do que eu disse ser "acrobacias em baloiços" do espectáculo "Varekai" pelo Cirque du Soleil. O nome verdadeiro da acrobacia é "Russian Swings" e forma um final apoteótico e soberbo.

Fiquem com este cheirinho e se quiserem ver ao vivo, não hesitem e vão até ao Parque Tejo...quem avisa... :)

Carpe Diem.

 
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A Magia aconteceu de novo...
Não consegui resistir a mais uma visita do Cirque du Soleil a Portugal e, aproveitando um desconto de 40% para clientes do Banco BPI, lá rumei eu ao Grand Chapiteau para conhecer o espectáculo "Varekai". Este ano a tenda está montada no Parque Tejo (depois do Parque das Nações, junto ao Trancão) em detrimento da Zona Marítima de Algés.
O espectáculo ambienta-se numa floresta que se situa no topo de um vulcão, onde existe um mundo extraordinário recheado de criaturas fantásticas e com imensa cor. Será nesse mundo, de seu nome "Varekai", que cai Ícaro após a sua experiência com as asas. Em vez de morrer junto ao Sol, e-lhe dada uma segunda oportunidade através da atracção a este local, numa aventura absurda e intrigante, saldando-se num hino a um recomeço de Vida. A palavra varekai tem por significado "em qualquer lugar", no dialecto cigano, sendo este espectáculo uma homenagem ao espírito nómada e à arte da tradição do circo.
O espectáculo é recheado de cor, fantasia, sonho...o seu inicio indicia o que decorrerá desde ai com o aparecimento de diversas criaturas, cada uma mais fantástica que a anterior, num caleidoscópio de cores e sensações. O que mais me agrada num show do Cirque é a possibilidade de me abstrair da vida durante 2 horas e meia, submergindo num Mundo encantado e repleto de magia. Todas as acrobacias são deliciosas mas, devo destacar o seu final poderoso e exuberante através de acrobacias em baloiços vertiginosas. Até ao momento, descontando o Delirium que eram um "best off" e foi descontinuado, este é, na minha opinião, o melhor show do Cirque que vi até agora (o outro foi o citado Delirium e o Quidam).
Resta-me agora esperar que o Cirque regresse a Portugal, sendo que já não faltam muitos shows itinerantes, a saber: "Alegria" (roda nos EUA), "Corteo" (está no Japão), "Dralion" (percorre a Nova Zelândia), "Kooza" (EUA), "Ovo" (o mais recente espectáculo do Cirque, com estreia marcada para o Canadá) e "Saltimbanco" (Europa em 2009, será que virá a Portugal para o ano?).
Se tiverem interesse, não percam mais este momento encantado do Cirque até dia 14 Junho, no Grand Chapiteau do Parque Tejo.
Carpe Diem.

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Músicas do Mundo - Mariana Aydar e Roberta Sá

Este video é o que eu chamo um encontro feito no Céu, entre duas das maiores revelações actuais da MPB: Mariana Aydar e Roberta Sá.

Eu queria apenas apresentar a Mariana a quem lê o meu blog, contudo não consegui resistir à delicia deste dueto... a Mariana Aydar acabou de editar, em Portugal, o seu 2º album denominado "Peixes, Pássaros, Pessoas". A musica do video chama-se "Eu Sambo Mesmo", da autoria de Janet de Almeida.

Com apenas 2 albúns já participou em temas com pessoas da categoria de Elba Ramalho, Seu Jorge, Daniela Mercury ou Arnaldo Antunes... além de ter recebido elogios de Caetano Veloso e Nelson Mota.

Se a quiserem descobrir, comprem o CD ou vejam-na ao vivo no próximo dia 25 Maio (Segunda) no Grande Auditório do CCB pelas 21 horas.

Atrevam-se e descubram-na e ouçam também a Roberta!!

Carpe Diem.

PS: Já agora, a Maria Rita (outra grande promessa desta geração da MPB) regressa aos Coliseus de Porto (22 Maio)
e Lisboa (24 Maio)... haja dinheiro para tanto show bom!!

 
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A perda de um Cinéfilo
A morte é sempre algo triste, a não ser que estejemos num filme dos Monty Python, e hoje deixo aqui a minha mágoa pelo falecimento hoje e aos 74 anos do grande cinéfilo e divulgador, João Bénard da Costa. Para quem não conhece o senhor da foto, basta dizer que foi durante 18 anos o Director da Cinemateca Portuguesa.
Foi graças a este senhor que eu tive a oportunidade de conhecer os clássicos de realizadores importantes do passado (e alguns do presente) como Bergman, Antonioni, Eisenstein, Welles, Mizoguchi, Lang, Godard, Truffaut (o último filme que vi na Cinemateca foi o "Jules e Jim"), Carpenter, entre muitos outros... foi graças a ele que surgiu a ousadia de programar grandes clássicos do cinema pornográfico que fizeram encher a sala da Barata Salgueiro ("Garganta Funda" ou "Por Detrás da Porta Verde").
Bénard da Costa conseguiu ainda reabilitar o edifício da Barata Salgueiro e apresentar uma Cinemateca com um aspecto renovado, jovem e apelativo (recomendo vivamente a sua esplanada no Verão). A grande crítica que sempre lhe fizeram foi o facto de não dar lugar a cineastas novos, contudo, eu deixo aqui o meu MUITO OBRIGADO e será sempre para mim um grande Cinéfilo e amante do Cinema.
Carpe Diem.

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Vibrações
Na sequência do post anterior, resolvi dissertar um pouco acerca do uso de vibradores, por parte de mulheres, numa relação a 2, tendo em conta que este blog é um espaço aberto a todos os assuntos e, se bem me recordo, ainda não tinha falado de sexualidade.
Em minha opinião, o uso de aparelhos eróticos num relacionamento pode ser aliciante por diversos factores como o quebrar da monotonia, a sensualidade que se pode obter dos mesmos, a descoberta que se pode fazer do outro nesses momentos e o incremento de confiança entre os parceiros. O uso de um vibrador durante um acto sexual pode ser uma forma deveras estimulante de aquecer ou apimentar a relação.
Considero que é excitante usar um aparelho destes com uma mulher ou vê-la a usá-lo à nossa frente, potencia o seu prazer e o nosso. O modelo que escolhi para a foto tem uma dupla função, a penetração vaginal e o estímulo do clitoris com aquela pequena membrana (a côr podia ser mais discreta mas apeteceu-me algo mais ousado do que um vibrador "in" para colocar numa estante da casa).
Se me perguntarem se acho desleal uma mulher usar um aparelho destes com ou na ausência do marido/namorado, eu respondo que não... contudo, o aparelho não deverá tornar-se mais importante que o prazer obtido a 2 e seja visto como um complemento.
Acredito que existam diversas opiniões sobre este assunto e se há tema que leva a muita discussão é o sexo, esse grande "monstro" americano e não só... adoro quebrar tabús e até pode acontecer que este tema se torne habitual por aqui, quem sabe?
Carpe Diem.

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A Mala Vermelha

Num jantar recente com amigas, o tópico principal da noite foi o grande fenómeno do momento que é a "Maleta Roja". Para quem não sabe, trata-se de reuniões ao melhor estilo tupperware com o detalhe de serem demonstrados produtos eróticos.

Tal como a demonstração dos plásticos (estes também o são mas de uma forma diferente...), existe uma vendedora que se desloca a uma residência para demonstrar os equipamentos, caso a curiosidade seja mais que muita espreitem o video de cima (digam lá se não gostam do patinho!!).

Para quem queira experimentar cliquem aqui e abram os vossos horizontes: http://www.lamaletaroja.com/es_ES/index.php.

Quem é amigo quem é? :)

Carpe Diem.

 
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Aniversário da Perdição

Este mês este pequeno espaço de troca de ideias faz 2 anos e, apesar de nem sempre ser actualizado, continua a dar-me prazer escrever aqui sobre as minhas descobertas, dúvidas, sonhos, momentos de cultura, músicas ou o sempre eterno cinema.
Agradeço a todos os que visitam este estaminé e para vocês ergo o meu copo de vinho (para quem é nunca pode ser menos do que um Barca Velha) e o muito obrigado por aturarem as minhas "diabetrites".
Enquanto tiver prazer, continuarei aqui a escrever... como sempre "look at the bright side of life" :)
Carpe Diem.

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Música do Mundo - Katie Melua

Tenho de confessar aqui uma coisa, é oficial!! Ando apaixonado há muito tempo pela voz quente, olhar intenso e sorriso doce desta mulher... sim, é mesmo a Katie Melua e aqui interpreta uma das suas espantosas músicas, "I Cried For You".

O video foi gravado no Festival de Jazz de Montreux do ano passado mas, quem a queira ver ao vivo e a cores tem de ir até ao Hipódromo de Cascais no âmbito do Cascais Cool Jazz Fest, dia 22 de Julho pelas 22 horas.

Carpe Diem.

 
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Tesouros da MPP 4 - Júlio Miguel e Lêninha

Confessem que tinham saudades desta rubrica!! Pois bem, ela está de volta e com uma musica que tem feito sensação no YouTube (com direito a cover aqui: http://www.youtube.com/watch?v=-RYip1R1eCo), trata-se de "O Filho do Recluso" da dupla infantil Julio Miguel e Lêninha.

Ao ouvir este hino intenso de amor só me apetece juntar a minha voz à deles e cantar "até à liberdadiiiiiii!!!".

Carpe Diem.

 
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Balanço do Indie Lisboa

Em jeito de retrospectiva final do Indie Lisboa 2009, gostava de salientar a aposta acertada da organização em filmes de pequeno orçamento com argumentos intensos e originais, misturados com documentários e filmes de arte e ensaio interessantes. Por outro lado, na parte negativa, apenas quero realçar a ausência de um filme de Jonhie To (até este ano era o único totalista do Indie) e a perplexidade com o sumiço de quem preenche as plateias do Festival, quando filmes mais exigentes estreiam em sala comercial... a paciência para ver filmes diferentes acontece apenas no Indie ou é o facto dos bilhetes serem a 3,5 €?
Deixo aqui o meu Top 10, dentro das 20 sessões que assisti este ano, que será sempre redutor por não ter visto tudo:
1 - Wendy and Lucy de Kelly Reichardt
2 - Ballast de Lance Hammer
3 - Tony Manero de Pablo Larrain
4 - La Belle Personne de Christophe Honoré
5 - JCVD de Mabrouk El Mechri
6 - Tyson de James Toback
7 - Encounters at The End of the World de Werner Herzog
8 - The Pleasure of Being Robbed de Josh Safdie
9 - Medicine for Melancholy de Barry Jenkins
10 - Hot Dog de Bill Plympton
Gostava ainda de salientar a estreia comercial do filme "Let The Right One In" (traduzido em português para "Deixa-me Entrar") que tem feito imensa sensação na Europa e EUA, e passou na edição 2008 do Indie (ver post de Maio 2008 / Indie Lisboa 2008 - Dia 08), para dia 28 de Maio... recomendo vivamente!!
Da edição deste ano do Indie, existem 2 filmes que estrearão comercialmente (dos que vi), o documentário "Tyson" (apenas no Cinema City Alvalade) e o filme "JCVD" (estreia prevista para 16 Julho), sendo ambos excelentes surpresas e recomendados por este estaminé.
Carpe Diem.

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Musical Gota D'água

Cheguei agora da ante-estreia do musical "Gota D´ Àgua" da autoria e musica de Chico Buarque e Paulo Pontes, numa encenação de Izabella Bicalho (Joana)... foi simplesmente estupendo!!

A origem deste musical remonta a 1975, quando Chico Buarque e Paulo Pontes adaptaram a tragédia "Medeia", de Eurípedes, à realidade brasileira dominada então pela censura federal e repressão ideológica.

Em 2007, estreou no Rio uma nova versão da responsabilidade de Izabella Bicalho (a Narizinho do Sitio do Picapau Amarelo) onde a personagem feminina, Joana (Izabella Bicalho), é uma mulher batalhadora que vive nos subúrbios de uma grande cidade brasileira, a Vila do Meio-Dia, e que um dia é abandonada pelo marido, que a troca por uma mulher muito mais jovem e rica, filha de Creonte.

Enquanto a mulher fica destroçada pela dor da traição, Jasão, o ex-marido, vive dias de felicidade ao lado de Alma, desfrutando do sucesso do samba "Gota D'Água", que não pára de passar nas rádios da cidade.

Vale a pena ver, deixo aqui um aroma do que podem esperar deste musical que estará em cena no CCB até dia 09 Maio e depois irá a Estarreja (15 Maio), Figueira da Foz (16 Maio), Porto (20 Maio) e Faro (23 Maio).

Carpe Diem.



 
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O Lápis Mágico apagou-se...

Eu sei que ainda estou em falta neste blog com os comentários aos últimos 3 dias do Indie Lisboa deste ano, contudo, a noticia da morte de uma das pessoas que mais marcou a minha infância não podia passar em branco.
Vasco Granja morreu esta madrugada, em Cascais, aos 83 anos e foi responsável por mostrar a muitas pessoas da minha geração estilos de animação diferentes e sempre aliciantes. Graças a este grande senhor, passei a olhar a animação experimental de países como a Polónia, Canadá, Bélgica, entre outros, de uma forma diferente. Acredito mesmo que foi graças a ele que hoje em dia gosto de cinema independente, "diferente", com história e mesmo animação mais alternativa.
Acredito que, hoje em dia, um programa como o dele seria impossivel num Mundo e com uma juventude que apenas se interessa pelo imediato e cujo sinónimo de animação é o Naruto, Tartarugas Ninja, Winx e por ai vai...
Aqui fica o meu OBRIGADO pelas mais de mil emissões de Tv e por muitos mais sorrisos que me deste.
Carpe Diem.

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Indie Lisboa 2009 - Dia 10 (Último Dia)
O inicio deste último dia do Indie deu-se com o documentário de Werner Herzog, "Encounters at the End of the World", a minha única entrada no ciclo Heróis Independentes deste ano. Apesar de ser fã do realizador, optei por filmes que não teria oportunidade de visionar de outra forma em detrimento de obras-primas como "Fitzcarraldo" ou "Aguirre".
Herzog tem balanceado a sua filmografia entre filmes (grande parte deles partilhados por outro louco do cinema, Klaus Kinski) e documentários, sempre com o seu humor caústico e observação atenta e curiosa. Desta feita, Herzog, deslocou-se à Antártica, tendo apenas como companhia o seu operador de câmera, procurando ai entender o que faz algumas pessoas se estabelecerem neste ponto inóspito do globo terrestre.
Por intermédio de entrevistas e imagens (algumas de cortar a respiração de tão belas) actuais e de arquivo, o realizador mostra-nos as principais razões da vida na Antártica que passam pela pesquisa científica em primeiro lugar e um espaço de encontro para todos os desenraizados da Vida. Será neste último ponto que o documentário ganha a sua força, na bizarria das personalidades que habitam a Antártica e que fazem deste espaço um encontro de iguais, pessoas que não se adaptam a uma vida em sociedade comum, pessoas com sensibilidades diferentes, pessoas com graus de "loucura" diversos... no fundo, trata-se de um local de rara beleza, onde a noite é um facto raro e as pessoas encontram um sentimento de pertença diferente do habitual.
Mais um excelente documentário do Indie, com uma realização sensível e uma narração feita por Herzog carregada de ironia pela Antártica e por quem ai vive. Obrigatório ver e também reflectir porque o degelo causado pelo aquecimento global do planeta está cada vez mais próximo e isso trará consequências para todos nós.
Em seguida assisti a mais um pequeno filme independente proveniente dos EUA com o título "The Pleasure of Being Robbed", realizado por Josh Safdie. Trata-se da história de Eleonore, uma jovem e destemida carteirista que passeia pelas ruas de Nova Iorque, exercendo a sua actividade com maestria e desprendimento emocional.
No inicio do filme, torna-se interessante observar os diferentes esquemas que Eleonore utiliza para roubar, contudo, tudo isso revela a sua profunda solidão... nunca nos é explicado (felizmente!!) o porquê dos actos da protagonista, nem sequer o seu passado ou porque vive daquela forma... apenas a aceitamos como é.
No momento em que rouba as chaves de um carro, num bar, e se cruza com o seu amigo Josh (interpretado pelo próprio realizador), a quem pede ajuda para localizar o carro correspondente às mesmas, dá inicio a um momento delicioso do filme no que respeita à imaginação e simplicidade. Após descobrirem a que carro pertencem as chaves, Eleonore confessa que não sabe conduzir e Josh provoca-a dizendo que lhe podia dar boleia até casa dele... o promenor é que a mesma fica em Boston.
Todo o percurso de carro com os 2 amigos é delicioso e, confesso, que fiquei surpreendido pelo facto de um momento tão simples e original ter sido traduzido desta forma. É uma viagem de descoberta e companheirismo, onde a solidão de Eleonore é mitigada através da amizade de Josh e do sentimento de ajuda prestado ao amigo.
Mais um filme que se apoia em cenários naturais, poucas personagens (basicamente o realizador e alguns amigos pessoais) e um argumento inventivo e sensível. Trata-se de uma marca intensa que o Indie deste ano deixa e que demonstra a vitalidade do pequeno cinema de autor que se faz actualmente nos EUA. Uma última observação ao delicioso título do filme, já que o prazer de ser roubado era exactamente o que fazia aproximar Eleonore das pessoas que a rodeavam.


O meu último filme do Indie 2009 foi "Wendy and Lucy", realizado pela americana Kelly Reichardt, uma pequena história de amor e preserverança entre uma mulher e a sua cadela.

Wendy (uma espantosa Michelle Williams) decide aproveitar a oportunidade de um emprego estável e bem pago no Alasca e viaja pelos EUA no seu carro, juntamente com a cadela Lucy com muito pouco dinheiro. Quando se aproxima de uma pequena cidade, o seu carro avaria e Wendy ao procurar roubar comida para Lucy num supermercado é presa e esta última é levada da entrada.

Ao longo do filme, Wendy procura a sua cadela e companheira, trava conhecimento com os habitantes da cidade (apenas um vigilante idoso a ajuda já que todos os outros a tratam como indigente) e aguarda o arranjo da sua viatura. Com este pequeno filme, Kelly Reichardt explora a importância do dinheiro na sociedade actual, a necessidade de se já se ter um emprego para encontrar outro (e ter uma morada e telefone) com o desgaste que tal conjuntura pode ter contra a motivação e confiança de quem a vive.
Não sabemos de onde Wendy vem nem quem é, apenas notamos a sua imensa força interior e o amor intenso por Lucy bem como a sua preserverança por um futuro melhor no Alasca, a terra prometida numa actualidade cada vez mais complexa e difícil. Um retrato desencantado dos EUA e da actualidade económica numa interpretação arrepiante de Michelle Williams que já tinha mostrado um pouco do seu talento no filme "O Segredo de Brockback Mountain".
A despedida do Indie 2009 não poderia ter sido melhor num ano em que predominaram os filmes com temáticas ligadas à familia e com preponderância no cinema independente de pequeno orçamento mas com interpretações superlativas e argumentos interessantes e imaginativos.
O meu Muito Obrigado aos 3 mentores do Indie e, para o próximo ano, contem de novo comigo!!
Carpe Diem.

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Indie Lisboa 2009 - Dia 9

Para compensar do dia anterior, neste 7º dia de Festival apenas assisti ao documentário "Johnny Cash at Folsom Prison", realizado por Bestor Cram. A história deste documentário remonta ao concerto de Johnny Cash na prisão de alta segurança Folsom ocorrido em Janeiro de 1968. Dado que não existem imagens de video do concerto, o documentário socorre-se de depoimentos de quem assistiu, a imagens que foram tiradas durante o mesmo e apoia-se em animação para acompanhar a musica gravada.
Podem perguntar que tem de especial este concerto para que exista um filme, fotos e um CD gravado? Pois bem, foi o momento de viragem na carreira de Johnny Cash, o seu renascimento e grande responsável pela mitologia que o rodeou desde ai. Cash teve a coragem de efectuar um concerto perante o pior da sociedade americana da altura já que se tratava de uma prisão de alta segurança onde grande parte eram violadores e assassinos, tendo sido tratado como um deles muito por força da grande musica "Folsom Prison Blues".
O documentário não se fica apenas pelo concerto mas demonstra a influência de Cash na reforma do sistema prisional americano e na sua influência perante aqueles que assistiram ao seu concerto... uns superaram o trauma de estar presos e reiniciaram a sua vida, outros não conseguiram viver livres e em sociedade optando pelo suicídio.
Ao mesmo tempo, o filme mostra a influência deste concerto na carreira (sempre ascendente desde ai) de Cash e a forma como ele se sentia um dos prisioneiros sem que tenha alguma vez estado preso. O interessante é que Cash sentia que, se não fosse o seu sucesso e dinheiro, muito facilmente poderia ser "morador" daquela prisão, tendo em conta o seu feitio iminentemente destrutivo... se não fosse o seu amor por June, tudo se teria desmoronado.
Mais um documentário de excelência num Indie Lisboa que sabe sempre surpreender, tomara que estreie ou saia em DVD para que muitos mais possam ver este filme.
Carpe Diem.

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Indie Lisboa 2009 - Dia 8

Este foi o dia mais longo, para mim, de todas as edições do Indie Lisboa já que assisti a nada mais nada menos que 4 sessões com pouco tempo de intervalo entre elas, contudo, não me arrependo já que a generalidade dos filmes foi superior à média.
Iniciei a maratona deste dia com o filme "Boogie", realizado pelo romeno Radu Muntean, que gira em torno de um casal jovem em férias com um fillho (e à espera de outro) cujo pai (o Boogie do título) atravessa uma crise de meia-idade adiantada ao notar que a sua juventude já passou. Tudo isto acontece quando, na localidade onde a familia decide passar férias, Boogie encontra 2 amigos de juventude que o aliciam a uma noite de borga e desvario.
Na tradição do actual cinema romeno, temos assim um filme com uma toada realista, boas interpretações e uma incidência da história na dificuldade inerente à passagem de uma idade onde a diversão impera e o amanhã ainda fica muito longe e outra onde existem preocupações e partilha de tarefas... a grande questão em Boogie é, sobretudo, o rito de passagem de uma vida a solo para uma onde se tem de contar com terceiros.




Em seguida vi um filme que se encontra em competição no Indie Lisboa, trata-se de "Ballast", realizado pelo americano Lance Hammer. Posso dizer que, dos filmes em competição que tive oportunidade de ver nesta edição do Indie, foi o mais forte de todos... uma autêntica força da natureza e surpreende como uma primeira obra pode ser tão intensa (o filme acabou por ganhar o Prémio principal do Indie).

A intensidade do filme tem origem em duas situações, o facto dos seus actores serem amadores, potenciando assim a autenticidade do quadro social onde estes se inserem e a localização dos seus cenários (naturais) no delta do Mississipi, com toda a carga dramática e luta pela sobrevivência inerente.

O filme começa com uma morte, o suicidio de uma pessoa e a apatia de outra que vivia com a primeira, mais tarde entenderemos que se tratam de 2 irmãos gémeos que vivem lado a lado num mesmo terreno. Ao mesmo tempo acompanhamos James (o miudo da foto do poster acima) que, aos 12 anos, entra numa espiral de drogas e violência sem que a sua mãe, Marlee (uma mulher de classe baixa mas honrada que procura trabalhar para sustentar o filho), dê conta desse facto até que seja tarde demais... para que James escape ao seu destino, Marlee leva-o para a casa do seu ex-marido e pai deste que se havia suicidado.

A partir desse momento todo o filme gira na relação entre as 3 partes, mãe, filho e o tio (Lawrence) gémeo do pai num silêncio feito de pequenos gestos. Será neste silêncio que ficamos maravilhados com o poder desta história, onde descobrimos o passado das personagens, onde se vislumbra um futuro possivel e uma saida para a pobreza. Tratam-se de três pessoas perdidas do Mundo, sem destino, que acabam apoiando-se umas às outras numa nova familia. Um filme intenso e com o "happy end" mais entusiasmante dos ultimos tempos, ainda que fique tudo em aberto... mas, como sou um optimista, acredito que tenha sido um bom final. Será que alguém tem coragem de estrear isto em Portugal??


Tal como acontece com os filmes de Honoré, os de François Ozon também são essenciais para mim e lá fui assistir à sua mais recente bizarria de seu nome "Ricky". Trata-se de um filme sobre Katie (Alexandra Lamy), mãe solteira e empregada numa fábrica, que conhece Paco (Sérgi Lopez) e com ele estabelece uma nova relação. O fruto desta relação, traduzir-se-á num bébé de seu nome Ricky, contudo, este tem uma particularidade muito especial, começam a nascer-lhe asas nas costas...

O filme embarca no que já se convencionou chamar de "realismo mágico", com o uso da metáfora da criança com asas para demonstrar as dificuldades de um casal face a uma criança que vem tornar o relacionamento bem mais sério. Ao mesmo tempo o filme critica a imprensa francesa ao mostrar o seu excessivo interesse por "fait divers" após o vôo (a cena mais louca do filme) de Ricky pelos corredores de um supermercado.

Trata-se de um filme estranho e, em minha opinião, fraco comparativamente aos anteriores de Ozon. A ideia da criança com asas faz rir a espaços, emociona no seu final com a despedida (metáfora para a perda?) mas deixa sempre um travo de estranheza e decepciona para quem como eu se emocionou e divertiu com outros filmes seus ("8 Mulheres", "Swimming Pool", "O Tempo que Resta").


Por fim, neste longo dia, assisti ao filme "Medicine for Melancholy", um pequeno filme indie realizado por Barry Jenkins. A premissa deste filme é a consequência de uma "one night stand" entre um homem e uma mulher afro-americanos, em São Francisco, face ao dia seguinte. O seu inicio é estupendo, com o desconforto entre as partes e a partilha de um táxi numa troca de palavras de circunstância.
Quando ela se esquece da carteira no táxi, dá a ele a oportunidade de prolongar o momento e um motivo para a tornar a ver. Depois de pesquisar a carteira (detectando que ela o tinha enganado quanto ao nome e morada), segue por bicicleta pelas ruas de S. Francisco para lha entregar... com este pretexto o casal passa mais um dia inteiro juntos.
Trata-se de um filme feito com os mesmos moldes da dupla "Antes do Amanhecer"/"Antes do Anoitecer", com um casal à deriva por uma cidade, dialogando sobre a vida com maior incidência na problemática da raça. O casal descobre uma grande empatia entre si, contudo, ela tem namorado e não consegue deixá-lo (ficamos com ideia de que não o deixa pela segurança e conforto que este lhe proporciona e não tanto pelo amor que sente).
Todo o filme foi rodado em cenários naturais, percorrendo as ruas de S. Francisco, num tom aproximado do preto e branco, contudo poderia ser mais caloroso... ao contrário dos 2 filmes referidos, aqui não consegui sentir aproximação pelo casal protagonista.
Impressiona-me, contudo, o facto de uma nova fornada de realizadores americanos conseguirem fazer filmes intensos com poucos meios e baseados em histórias interessantes... os nossos realizadores deviam colocar os olhos neles e aprender qualquer coisa!!
Carpe Diem.

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Indie Lisboa 2009 - Dia 7

O que mais me agrada no Indie Lisboa é a sua multi-disciplinariedade, ou seja, o facto de tanto conter longas metragens como curtas, animação e documentários (reais, ficcionais ou musicais). O meu 6º dia de festival foi composto pelo documentário "South Main", realizado por Kelly Parker e inserido na rubrica Pulsar do Mundo.
O tema deste pequeno filme realizado em DV (digital video), incide sobre uma decisão das autoridades de Los Angeles que, em 2004, optaram por destruir um prédio inteiro, tendo em vista o controlo da violência nas ruas e consequente expansão do crime. O problema reside nas pessoas que ai vivem, que sobrevivem abaixo do limiar da pobreza estando completamente dependentes das ajudas do Estado... os habitantes do edifício a demolir aceitam a indemnização e mudança de casa, contudo quando o subsídio demora a chegar tudo se complica...
Trata-se de um documentário de "cinema verité" na perspectiva de 3 mulheres afro-americanas, mães solteiras, que procuram sobreviver após o atraso na entrega do subsídio, de forma brutal, ingénua e muitas vezes confusa. O filme repete dia 03 Maio às 21:15 no Cinema Londres.
Um filme simples mas intenso sobre o que se pode fazer quando somos reduzidos à essência e queremos apenas ser felizes.
Carpe Diem.

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