O Regresso do Cavaleiro das Trevas
Foi ontem a estreia nacional do mais recente filme Batman, tendo por realizador novamente Christopher Nolan e Christian Bale no papel homónimo. Desta feita o filme tem como subtítulo "The Dark Knight", contudo, a sua influência não vem do comic homónimo de Frank Miller mas, em minha opinião, tem semelhanças com os comics "Piada Mortal" (escrito por Alan Moore e desenhando por Brian Bolland) e "The Long Halloween" (escrito por Jeph Loeb e desenhado por Tim Sale).
Trata-se de um filme que explora o lado mais negro de Batman, na figura do seu grande opositor Joker (um imenso Heath Ledger) e mais tarde com o Duas Caras (um sempre eficiente Aaron Eckhart), na ideia de que os super vilões só podem existir e ser loucos porque existe um tipo mascarado e completamente insano, ainda que respeitando os códigos de conduta... aqui reside a grande diferença e o pathos do filme, o Batman não é mais que uma cópia com moral do Joker ou de qualquer dos seus vilões já que, não tendo super poderes, se esconde por detrás de uma capa para combater o crime.
Em certos momentos, como no diálogo suspenso entre Batman e Joker, lembrei-me desse grande momento da BD "Piada Mortal" com o Joker a contar uma piada ao Batman e ambos a rirem-se loucamente à chuva... dois loucos em busca de redenção com a diferença da moral a separá-los.
O filme em si é uma grande surpresa para mim, já que não gostei do primeiro ("Batman O Inicio") e sempre fui grande fã dos 2 filmes de Tim Burton (apesar de mais caricaturais, retratavam toda a densidade do personagem e da loucura dos vilões com o melhor Batman de sempre no improvável Michael Keaton), trata-se de uma história densa, interessante do ponto de vista moral, com efeitos especiais q.b. e um vilão superlativo.
Aqui reside a diferença neste filme, o Joker de Heath Ledger é simplesmente assombroso deixando a longa distância o bobo de Jack Nicholson... finalmente neste filme encontramos aquela personagem sem sentido, insana, que adora torturar porque pode, que se diverte com a desgraça dos outros, que gosta de provocar o caos apenas para sentir a descrença da humanidade... o filme é amplamente dominado por Ledger na sua composição e o que é triste é nunca podermos vir a ter mais momentos destes em filmes recentes do franchise. Só devo referir que não concordo com o lifting na origem do Joker, contudo, parece mais realista do que o da BD.
Com este filme, Christopher Nolan reconciliou-me com o Batman em cinema e fez-me ter esperança no futuro da personagem, contudo, espero um dia ver a transposição do comic duplo "The Dark Knight/The Dark Knight Returns" (eu sei que será dificil porque seria o mesmo que dizer que não se fariam mais filmes do Batman). Mesmo que não sejam fãs da personagem vejam o filme e deixem-se deslumbrar por este Joker, apesar de não acreditar que Heath Ledger possa ser nomeado aos Óscares.
Carpe Diem.

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Aparências que Iludem
Quem visita este espaço conhece a minha profunda reverência e admiração por um dos grandes realizadores americanos do nosso tempo, David Lynch, e quando vi a apresentação do filme "Vigilância", a primeira coisa que pensei foi intrigante e depois vi os créditos... o filme é realizado por Jennifer Lynch (filha de David Lynch) e tem como actores o excelente Bill Pullman (de "Estrada Perdida") e a subvalorizada Julia Ormond (de "Mulholand Drive").
Trata-se de um filme que gira em torno da forma como apreendemos as situações, como um ponto de vista pode mudar toda uma história. Neste caso temos 3 pontos de vista diferentes sobre o mesmo caso, um "acidente" rodoviário que acaba em massacre puro. Existe também a diferença entre o que apreendemos e a forma como recontamos a situação, nem sempre igual a como aconteceu.
O filme aproveita a linguagem video e a subjectividade do olhar para interrogar o papel da imagem nos dias de hoje, de uma forma simples e jogando com a mecânica dos filmes policiais. Encontramos resquícios do Lynch pai na forma como Jennifer retrata a cidade onde se passa a acção, com os seus habitantes e os seus tiques característicos e estranhos, contudo, ainda lhe falta muito neste campo para chegar perto do nível do pai (ainda que tenha sido ela a escrever o livro "Diário de Laura Palmer" da série "Twin Peaks").
Não posso comentar muito mais do filme sem estragar o twist dos últimos minutos, no entanto, recomendo este filme para quem goste de filmes com serial-killers e pretenda ficar em suspenso durante grande parte do mesmo sem saber o que realmente aconteceu. Depois de um grande passo em falso (o filme "Boxing Helena"), espero que este seja um indicio do que Jennifer Lynch terá para dizer em cinema.
Pelo menos, a estranheza do pai passou-lhe muito bem e não podemos esquecer que o filme "Eraserhead" foi baseado nos sentimentos deste em relação ao nascimento da filha... quem viu o filme sabe bem que não se trata, realmente, de uma história simples ou bela :)
Carpe Diem.

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Mais uma recomendação...

O ano de 2008 está a ser pródigo em musica excitante e novas descobertas, contudo, é sempre bom voltar a um dos ícones do passado recente, neste caso o cantor Tricky (nome verdadeiro, Adrian Thaws) com o seu mais recente album "Knowle West Boy".
Trata-se de um regresso em força aos bons momentos de um dos impulsionadores do trip-hop, juntamente com os Massive Attack (a musica Karmacoma nunca mais soou igual sem a voz dele), Portishead (com um grande album também este ano) e Morcheeba (longe, muito longe do fulgor inicial e de discos como "Big Calm"). num album estranho, denso, sensual, sombrio como ele sempre nos habituou.
Recomendo vivamente todo o album e, mais particularmente, as musicas "Past Mistake" (a crueza dramática da dor), "Joseph", "Veronika" e "Council Estate"... assim vale a pena "ser estranho" e apoiar de novo o regresso da menina macho.
Carpe Diem.

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Como deve ser uma musica de Verão

Aqui fica um exemplo de uma boa banda sonora para este Verão... musica a saber a praia e por do sol, noites quentes, pensamentos leves, areia e sal, sonhos rosa e mundo sem problemas durante a duração de uma canção.

São os The Ting Tings e a musica "That´s not my name" do album "Keep ur Heads".

Carpe Diem.

 
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Estou Ansioso - Parte 2

Como amante de BD que sou fiquei intrigado com a adaptação a cinema de um dos melhores comic books de sempre, "Watchmen", escrito por Alan Moore.

Pois é, o realizador de "300" (baseado no comic de Frank Miller), Zack Snyder, pegou na BD e adaptou-a graças ao sistema do ecran verde (como em "Sin City" e "300") e pelo trailer a coisa promete!!

Só dispenso a musica de fundo, mas daqui a um ano andaremos todos a perguntar "Who Watches the Watchmen?".

Carpe Diem.

 
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Estou Ansioso - Parte 1
Estou ansioso por ver este filme, confesso antes de mais, que não fiquei entusiasmado com o primeiro filme de Christopher Noolan, o "Batman Begins" porque, para mim, Batman em cinema sempre foi sinónimo de Tim Burton (continuo a considerar o filme Batman Regressa como o melhor até agora).
Contudo, pelos trailers que já vi, este novo Batman ("The Dark Knight") promete bastante e não apenas por ter Heath Ledger no seu penultimo papel, mas por apresentar um Joker realista e insano, como o dos comic books, e um tema baseado na ética de super heroi versus vilão na forma de lidar com as situações.
Estreia já na próxima Quinta e eu lá estarei no cinema a confirmar, ou não, que se trata do melhor filme Batman até ao momento.
Carpe Diem.

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ONCE: Falling Slowly

Para complementar o texto abaixo, aqui fica o videoclip da musica "Falling Slowly" que, espero, vos abra o apetite para descobrir o filme.

Carpe Diem.

 
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O Belo é sempre Simples
Existem filmes que nos marcam, há aqueles que nos deixam a pensar, os que nos fazem sorrir, os que nos deixam amargurados por serem reais e aqueles que nos fazem sonhar. Depois há filmes que pela sua simplicidade merecem todos os destaques e um desse género que aqui venho comentar.
Trata-se de um filme que foi directamente para DVD em Portugal, mesmo que tenha ganho o Óscar para Melhor Canção Original (Falling Slowly), de seu nome "No Mesmo Tom" (Once no original). É uma pequena história, rodada em estilo documental mas sem o ser, sobre um "boy meets girl" em tom de musical.
Pela minha descrição parece um filme normal e acaba por o ser, no entanto, é muito mais que isso graças às soberbas interpretações dos actores/cantores Glen Hansard e Marketa Irglova e ao cuidado colocado pelo seu realizador John Carney.
Podem perguntar que tem este filme de especial? Em primeiro lugar a quimica entre o par protagonista (amigos de longa data na Irlanda, terra de onde vem o filme), as musicas que não se esgotam na vencedora do Óscar e dão real continuidade ao filme e aos sentimentos dos personagens, a simplicidade de ser fiel e mesmo assim fazer arte, o ar amador do filme sem que com isso perca força e, não menos importante, um final nada previsivel mas pleno de realidade.
Como é possivel fazer um filme por pouco dinheiro, com um casal de protagonistas amadores (mas cantores profissionais), com uma história que se vai compondo entre todos (ver extras do DVD onde se descobre como o filme foi sendo rodado) e, mesmo assim, nos deixar com o coração apertado, um riso no rosto e um sentimento de que se passou 1:28 minutos em partilha de sentimentos.
Comprem, aluguem e vejam este filme que merece toda a vossa disponibilidade... é uma história de amor diferente mas assim mesmo mais realista e podem sempre descobrir como um aspirador Hoover ajuda para conhecer alguém.
Carpe Diem.

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Um momento para recordar


Em retrospectiva do que passou enquanto não pude actualizar o blog, no dia 01 de Julho, tive o prazer de me deslocar ao Corte Inglês (local do qual fujo o mais que posso) para conhecer e ouvir um dos meus mais recentes autores preferidos de literatura denominada "high fantasy", George R. R. Martin.

Foi um dos grandes momentos em que pude participar, na minha vida, tal como quando conheci David Lynch, Neil Gaiman ou Johnnie To (ainda espero um dia estar frente a frente com David Cronemberg). Não foi apenas uma sessão de autógrafos, mas também, um momento de conversa com os leitores, entrevista, leitura de um excerto ainda não publicado e, sobretudo, um momento de partilha entre este escritor bonacheirão, simpático, afável, simples e com ar de avô a contar histórias à lareira com a voz cavernosa como convêm para o seu estilo de escrita.
Para quem não o conhece aconselho vivamente a leitura da saga "As Crónicas do Gelo e do Fogo" que tem vindo a ser publicada pelas Edições Saida de Emergência, que se encontra no seu 5º volume (sai nas livrarias a 11 Agosto). Vale a pena o investimento e quando derem por vós estão totalmente imersos no mundo de Westeros e dos seus habitantes... eu já aguardo, ansiosamente, o 6º volume que apenas sai em Novembro.
Já me esquecia, ainda pude travar um pequeno diálogo com o autor e receber o seu autografo no 5º volume, foi assim: "Keep ur sword sharp". I will keep it allways, Master George :)
Carpe Diem.

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Teclados...

Estou de regresso à escrita do blog... este atraso deveu-se ao meu "magnifico" teclado Microsoft Wireless Optical Desktop 3000!! Há cerca de 1 ano adquiri um PC com o pack da foto incluido, o mais engraçado é que, ao longo desse tempo, o teclado (mas não o rato) avariou-se, tão somente, 2 vezes!!
O problema era que o dito "comia" letras, ou melhor, nem sequer as escrevia e por isso tornava-se um pouco inglório manter uma escrita fluída ou uma conversa legivel no MSN e afins sem letras como o "A", o "Y", o "X" e o Shift direito.
Actualmente e depois de trocar o pack no meu revendedor, ando a experimentar um da Logitech, esperando que dure bem mais tempo. Microsoft não quero eu ver mais à minha frente!!
Carpe Diem.

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