Estoril Film Festival 08 - Dia 5


A saga das ante-estreias no Estoril Film Festival continua, ontem tive a oportunidade de ver o mais recente filme de David Mamet (também argumentista) de seu nome "Redbelt". Mamet é conhecido pelo poder das suas palavras inteligentes e surpreendentes e pelos filmes com reviravoltas, ultimamente tem-se dedicado à TV com a série de sucesso "A Unidade" de que foi criador.

O filme foca uma modalidade actualmente em voga, o Jiu-Jitsu, que é uma arte marcial para defesa pessoal. A história gira em torno de um instrutor desta modalidade, Mike Terry (Chiwetel Ejiofor), que abdicou dos circuitos lucrativos de competição em detrimento de um estudio de defesa pessoal da modalidade em Los Angeles, aplicando a doutrina dos samurais e ensinando seguranças, policias, duplos de cinema e lutadores.

Terry vive com a sua esposa brasileira, Sondra (Alice Braga), em busca de dinheiro do estudio e do seu negócio de importação de tecidos... contudo, uma noite em que uma advogada tem um problema com um policia dentro estudio vai criar uma bola de neve de eventos que levarão Terry aos ringues, pela primeira vez, para limpar a sua honra e pagar as dívidas.

As reviravoltas do argumento, habituais em Mamet, fazem com que Terry se cruze com um actor de cinema (Tim Allen num papel dramático como pouco se vê), uma advogada distraida (Emily Mortimer), agiotas (David Paymer) e empresários sem escrúpulos (Joe Mantegna e Rodrigo Santoro) entre outros... o curiso do filme, para nós portugueses, é a quantidade de actores brasileiros que entram no filme, contudo, o facto desta modalidade ter uma expressão imensa no Brasil justifica este facto.

O problema do filme é o seu acabamento, o facto de nunca tornar a história "bigger than life" como aparenta no inicio. Todo o esquema que desemboca nas sequências finais encontra-se muito bem urdido como é apanágio de Mamet, contudo, o final tem u ar de farsa, um toque de "Rocky" do "bas fond" e tudo se perder. Considero que não existe chama naquele final, naquela luta pela honra que culmina com uma sequência ridicula de entrega de um cinto vermelho (o do titulo), situação rara nas artes marciais.

Não sei se sou eu que tenho a culpa ou se peço demasiado dos filmes mas, até agora, ainda não tive nenhum neste Festival que me enchesse as medidas ou me surpreendesse como tantas vezes acontece no Indie Lisboa por exemplo. Neste momento faltam-me apenas 3 sessões, Sexta e Sábado, que prontamente aqui deixarei o meu testemunho, até lá

Carpe Diem.

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Estoril Film Festival 08 - Dia 3
Em primeiro lugar, considero que o titulo do filme deveria ser uma de duas hipóteses: "Vicky, Cristina, Barcelona" ou "Vicky & Cristina in Barcelona"... assim como aparece não tem sentido nem lógica, talvez Woody a tenha encontrado algures.

Em segundo lugar, a história retrata a viagem de duas amigas americanas e jovens, em férias de Verão, para a cidade de Barcelona. Vicky (Rebecca Hall) é uma mulher sensivel e que acredita nas convenções enquanto Cristina (Scarlett Johansson) é uma mulher aventureira no amor e no sexo, quando ambas conhecem o pintor Juan Antonio (Javier Bardem) que as convida para um fim de semana em Oviedo todas as suas ideias irão modificar-se. Para completar o ramalhete ainda temos a ex-mulher do pintor, Maria Helena (Penelope Cruz), uma neurótica e possessiva que nunca saiu do seu pensamento e coração.

O pintor irá entrar na vida das duas mulheres e tornar as suas certezas em interrogações, colocando em causa os seus ideiais de Vida.

O filme nunca consegue obter o arrojo da obra-prima que foi o "Match Point" parecendo que Barcelona não inspirou Woody Allen da mesma forma que Londres. Tem personagens pouco desenvolvidas (como a da excelente actriz Patricia Clarkson), uma história demasiado simples e redutora, estereotipos de latinos com sangue quente, imagens em formato de postal ilustrado com os principais monumentos de Barcelona e o "overacting" de Penelope Cruz.

Por outro lado, mantém os "one liners" habituais de Woody Allen, a sensualidade de alguns actores (Scarlet e Bardem), as cores quentes e um filme que, sendo fraquinho para o cômputo geral de Allen, ainda é superior a muita coisa que por ai estreia.

Foi uma semi-desilusão num filme que se vê bem, mas não fica na memória...

Carpe Diem.


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Estoril Film Festival 08 - Dia 1 e 2
Os primeiros 2 dias do Festival serviram para ficar a conhecer um filme que foi dividido em duas partes, nomeadamente "Mesrine: L´instinct de Mort" e "Mesrine: L´enemie public nº 1", do realizador francês Jean-François Richet.
Trata-se da história do assaltante de Bancos e raptor Jaques Mesrine (Vicent Cassel) que aterrorizou França durante os anos 70, tendo sido mesmo considerado como inimigo público nº1. Segundo se diz, foi responsável por 39 mortes, fugiu da prisão 2 vezes e só parou morto pela policia de forma brutal.
O filme é dividido em 2 partes que perfazem, no total, os 242 minutos de puro divertimento e loucura sobre um homem que não tinha limites. Contudo, a duração do filme parece-me excessiva face à história que tem para contar, acabando por ter momentos demasiado calmos.
Podemos encontrar neste filme actores como Vicent Cassel (no papel principal, excessivo como o papel exige), Ludivigne Saigner (sempre bela e sensual), Mathieu Almaric (um companheiro de luta e o novo vilão do Bond) e Gerard Depardieu (um Padrinho muito especial), num filme que tem sido um êxito em França e cuja segunda parte foi estreia mundial no certame.
No cômputo geral, é um filme interessante sobre uma personagem forte e excessiva, sendo complicado acreditar em algumas sequências, apesar de baseado em factos reais. Por outro lado, o filme apresenta alguns efeitos desnecessários como sendo o seu genérico inicial com o ecran dividido em várias partes com uma diferença temporal minima.
Hoje será dia da ante-estreia do novo filme de Woody Allen, "Vicky Cristina Barcelona" (talvez o título mais estranho do cinema e que não quer dizer rigorosamente nada), um triângulo amoroso entre Javier Barden, Penélope Cruz e Scarlet Johanssen... amanhã conto como foi.
Carpe Diem.

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Imagens do filme "Alice no País das Maravilhas"

Estou simplesmente ansioso por este filme...trata-se da adaptação do clássico "Alice no País das Maravilhas" pelo GRANDE Tim Burton.

Aqui ficam algumas imagens em falta de um trailer ou teaser... só para deixar água na boca imaginem que o Chapeleiro Louco é o Johnny Depp e a Rainha de Copas a Helena Bonham-Carter.

Quando soube que Burton ia adaptar isto até salivei porque é a "cara" dele. Em 2009 veremos o que sai :)

Carpe Diem.

 
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Vida Dificil de um Viciado em Cinema
A segunda edição do Estoril Film Festival começa amanhã e prolonga-se até dia 22 deste mês, trata-se da iniciativa do produtor Paulo Branco de criar em Portugal um Festival de Cinema com o mesmo luxo e aparato de uma Cannes ou Veneza.
O Festival ainda não conquistou o público (na sua primeira edição), situação a que não será alheia a localização (este ano desenrola-se no Casino do Estoril, Centro de Congressos do Estoril e Teatro Mirita Casimiro) e o carácter elitista, comparativamente a um Indie Lisboa ou um Fantas.
A primeira edição do Festival vai ficar sempre na minha memória pela oportunidade de ouvir durante 1 hora, o meu realizador favorito, David Lynch... poder estar na mesma sala que o Mestre foi simplesmente mágico. Este ano, o Festival tem uma retrospectiva de Tim Burton que, infelizmente (a não ser que haja uma grande surpresa como ocorreu com a vinda de Lynch), não estará presente por se encontrar a rodar a sua versão do clássico "Alice no País das Maravilhas" de Lewis Caroll.
Graças à revista Time Out (mais uma vez) vou ter a possibilidade de conhecer as propostas deste Festival, já que ganhei um passe de livre acesso a todas as sessões. Após análise do programa fiquei curioso em ver/rever:
- "Mesrine: L´Instinct de Mort"/"Mesrine: L´enemie public nº1" de Jean-François Richet, com presença dos actores Vicent Cassel (a Bellucci não vem, pena!!) e Mathieu Amalric;
- Homenagem a Tim Burton: todos os filmes, obrigatório!!;
- Homenagem a Bertolucci: "Os Sonhadores", "Ultimo Tango em Paris", "1900" e "La Luna";
- "Vicky Cristina Barcelona" de Woody Allen (ante-estreia);
- "Redbelt" de David Mamet (ante-estreia);
- "The Hurt Locker" de Kathryn Bigelow (ante-estreia);
- "Rachel Getting Married" de Jonathan Demme (ante-estreia).
Não acredito que este seja, ou venha a ser, O festival português de cinema. Para mim, sem contar com o Fantas (eu sei, nunca fui e é uma falha!!), será esse pódio atribuido ao Indie Lisboa... já estou ansioso pelo evento de 2009 :)
Vou dando noticias neste espaço conforme for assistindo a sessões do Festival, até lá:
Carpe Diem.

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O Agito da Cultura

Pode-se dizer que passei um fim de semana culturalmente agitado, marcando presença no Festival Internacional de BD da Amadora (Sábado) e na peça "O Nome da Rosa", na cidade de Tomar (Domingo).

Como acontece todos os anos, rumei ao FIBDA 2008 para a principal exposição Fórum Luís de Camões (Brandoa), cujo tema era a Ficção Científica na BD.

No cômputo geral fiquei decepcionado com a mostra deste ano, com excepção da decoração das salas, o pequeno espaço dedicado a Dave McKean (album "Mr. Punch", editado pela BDMania) e algumas tiras originais de Moebius e Jorodowski.
Um evento com tudo para ser bem sucedido, parece que não conseguir reverter os problemas da edição de BD em Portugal (ou a falta dela). As novidades têm sido escassas ou inexistentes (os stands que vendiam comics e BD importada estavam em maior numero, em detrimento dos que tinham BD nacional e/ou traduzida) e a falta de apoios não permite a vinda de grandes nomes da BD mundial a Portugal. Que saudades tenho do evento onde se conseguiu juntar Neil Gaiman e Carlos Ezquerra em Portugal no Fórum Telecom, patrocinado pela saudosa Devir!!

No Domingo, em resposta a um desafio lançado por uma grande amiga, rumei a Tomar para assistir em pleno Convento de Cristo à encenação da peça "O Nome da Rosa", baseada no livro homónimo de Umberto Eco pela companhia teatral Fatias de Cá

Foi, antes de mais, uma oportunidade dupla: primeiro poder conhecer melhor uma bela cidade e parte da sua gastronomia (recomendo o restaurante simpático "Piri Piri" junto ao centro da cidade) e ter a oportunidade de assistir a uma peça de teatro no ambiente certo.

A mecânica da peça baseia-se em seguir os actores pelas diversas salas do Convento onde decorre a acção, tornando mais intensa a imersão naquele Mundo medieval. A predominância de cenas em amplos corredores com uma personagem em cada ponta ou o uso de locais onde a luz é escassa (velas/candeias) ou inexistente torna complicada a experiência de alguém com problemas auditivos como é o meu caso... nesta situação recomendo a leitura do livro ou o visionamento do filme antes da peça.

Trata-se de uma peça com cerca de 5 horas, intercalada por momentos de refeição a separar os diferentes actos, partilhados com os actores. O aproveitamento das salas do Convento é muito bom, com destaque para as ruinas ao luar que tornam toda a sequência lá passada ainda mais onírica. Tal como disse Umberto Eco no seu outro romance, "O Pêndulo de Foucalt", se imaginasse um castelo templário seria o de Tomar.

Aproveitem que a peça estará em cena até 28 Dezembro e espreitem o site da companhia teatral em www.fatiasdeca.net. Surpreendam-se com cultura!!

Carpe Diem.

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Estranheza de um Bond

Com a estreia do mais recente Bond também aparece a correspondente musica oficial, desta feita a cargo de Alicia Keys e Jack White.

A musica chama-se "Another Way to Die" e é, no minimo, diferente... adequada ao estilo do novo Bond.

Em breve direi de minha justiça acerca do filme, até lá fiquem com o videoclip da musica.

Carpe Diem.

 
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Loucura Adolescente

A musica Indie tem sempre surpresas escondidas na manga, desta feita trata-se de uma banda de nome "Los Campesinos" cujo album saiu agora em Portugal com o nome "Hold now, youngster".

Trata-se de musica contagiante, esfuziante, juvenil e louca q.b., na senda de bandas como "Clap Your Hands and Say Yeah" ou "Broken Social Scene".

Se este videoclip não vos faz querer cantar a plenos pulmões batendo o pé ao mesmo tempo é porque não devem estar vivos :)

Ouçam a musica "My Year in Lists" e sintam-se jovens novamente!!

Carpe Diem.

 
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