Poesia para Sentir
Um palco escuro... uma cadeira com um homem deitado surge de repente, em cima de um estrado de metal... a voz de Al Berto embriagado dizendo "Vocês são mesmo ordinários, foda-se"... e a peça começa... é "A Noite" com Ana Lúcia Palminha e Pedro Gil que viajam pela poesia de Al Berto (1948-1997) na Sala Estúdio do Teatro D. Maria II.
Trata-se de uma peça feita de sentimentos viscerais, de dor, de alegria, de fúria, de paixão, de transmutação dos corpos (ele começa como homem e acaba como mulher e ela começa mulher para acabar homem), a musica intensa acompanha a poesia (David Bowie, Velvet Underground, Einsturzende Neubauten), os versos do poeta desenrolam-se pela lingua dos actores.
Não é poesia declamada, sendo antes dramaturgia da palavra... gestos, toques, caricias, sexo, lágrimas, violência... Ela tem um lado bom e outro mau numa dialética de masculino/feminino... Ele está em casa, enlouquecido pela solidão, deixa-se seduzir e troca de género... Ambos confundem-se e deixam de ser personagens para se tornarem o poeta Al Berto.
Confesso que a poesia de Al Berto confunde-me, fico sempre com uma ideia diferente cada vez que leio um poema seu. É como se em cada poema existisse um sentimento que muda consoante o momento em que se lê. Curiosamente já o equiparei a um Baudelaire tuga pela visceralidade dos sentimentos, contudo, em vez do Mal temos o Sexo (como mal, como danação, como incompletitude?) e a sua personalidade torturada pelos sentimentos maiores que a Vida.
A peça do Teatro O Bando, encenada por João Brites (amigo de Al Berto), não é para todos mas quem se arriscar a assistir pode sentir emoções fortes e deliciar-se com a magia das palavras de um poeta de culto (não apenas de culto gay)... um homem que nunca teve medo de chamar as coisas pelos nomes e fazer revoluções pelas palavras.
Vão ver e sintam, foda-se :)
Carpe Diem.

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Músicas do Mundo - Those Dancing Days

O mundo da musica indie tem sempre alguma coisa nova e interessante para mostrar e, desta feita, quero partilhar com vocês as Those Dancing Days.

São um conjunto de 5 meninas originárias de um subúrbio de Estocolmo (Suécia) que lançaram um EP composto por 5 musicas e com ele venceram o MTV Music Awards para a Melhor Banda Sueca.

Em Outubro de 2008 lançaram um albúm com o nome "In Our Space Hero Suits". A musica do videoclip chama-se "Hitten" e elas vêm a Portugal no dia 16 Abril ao Santiago Alquimista (Lisboa).

Vale a pena ouvi-las e vê-las (aqui se prova que as suecas são mesmo giras), aproveitem!!

Carpe Diem.

 
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Recordações da Infância - "Fraggle Rock"

Uma das mais irreverentes séries da minha juventude, juntamente com "Os Marretas", foi o "Fraggle Rock", ambos originários da imaginação de Jim Henson. Esta introdução era uma loucura deliciosa e toda a série aparece carregada de imenso nonsense e loucura.

Da minha imensa colecção de bonecos em PVC que na altura se coleccionavam apenas sobreviveu (estupidamente fui deitando-os fora...) o rei dos Fraggles, felizmente!!

A imagem pode não estar a 100% já que não encontrei um video de melhor qualidade, contudo as boas recordações estão aqui todas.

Carpe Diem.

 
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Poesia do Mundo II - Fernando Pessoa
Torna-se dificil falar sobre ele já que, para mim, é o maior Poeta português quer seja em nome próprio quer sob um dos seus heterónimos (Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis).
Trata-se de um homem muito à frente do seu tempo que soube capturar essa melancolia e saudosismo de "ser português". Pessoa soube retratar as diversas facetas da sociedade portuguesa, dos seus conquistadores e descobridores, da nossa alma, do nosso sentir. Mesmo quando escreveu em inglês não deixou de lado a dor, a beleza, a saudade que nos acompanha a todos por termos nascido em Portugal.
Aqui fica um dos muitos poemas de Pessoa (ainda voltarei a ele muitas vezes tal como no dia a dia) que partilho convosco sobre essa musa bela que é Lisboa:
Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras,
Acordar da Rua do Ouro,
Acordar do Rocio, às portas dos cafés,
Acordar
E no meio de tudo a gare, que nunca dorme,
Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono.
Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar,
Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo.
À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se
Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma,
E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo.
Uma espiritualidade feita com a nossa própria carne,
Um alívio de viver de que o nosso corpo partilha,
Um entusiasmo por o dia que vai vir, uma alegria por o que pode acontecer de bom,
São os sentimentos que nascem de estar olhando para a madrugada,
Seja ela a leve senhora dos cumes dos montes,
Seja ela a invasora lenta das ruas das cidades que vão leste-oeste,
Seja
A mulher que chora baixinho
Entre o ruído da multidão em vivas...
O vendedor de ruas, que tem um pregão esquisito,
Cheio de individualidade para quem repara...
O arcanjo isolado, escultura numa catedral,
Siringe fugindo aos braços estendidos de Pã,
Tudo isto tende para o mesmo centro,
Busca encontrar-se e fundir-se
Na minha alma.
Eu adoro todas as coisas
E o meu coração é um albergue aberto toda a noite.
Tenho pela vida um interesse ávido
Que busca compreendê-la sentindo-a muito.
Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo,
Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas,
Para aumentar com isso a minha personalidade.
Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio
E a minha ambição era trazer o universo ao colo
Como uma criança a quem a ama beija.
Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras,
Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo
Do que as que vi ou verei.
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações.
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos.
Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca.
Dá-me lírios, lírios
E rosas também.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também,
Crisântemos, dálias,
Violetas, e os girassóis
Acima de todas as flores...
Deita-me as mancheias,
Por cima da alma,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Meu coração chora
Na sombra dos parques,
Não tem quem o console
Verdadeiramente,
Exceto a própria sombra dos parques
Entrando-me na alma,
Através do pranto.
Dá-me rosas, rosas,
E lirios também...
Minha dor é velha
Como um frasco de essência cheio de pó.
Minha dor é inútil
Como uma gaiola numa terra onde não há aves,
E minha dor é silenciosa e triste
Como a parte da praia onde o mar não chega.
Chego às janelas
Dos palácios arruinados
E cismo de dentro para fora
Para me consolar do presente.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Mas por mais rosas e lírios que me dês,
Eu nunca acharei que a vida é bastante.
Faltar-me-á sempre qualquer coisa,
Sobrar-me-á sempre de que desejar,
Como um palco deserto.
Por isso, não te importes com o que eu penso,
E muito embora o que eu te peça
Te pareça que não quer dizer nada,
Minha pobre criança tísica,
Dá-me das tuas rosas e dos teus lírios,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Poema "Acordar" de Álvaro de Campos.
Alguém já escreveu assim com esta força e intensidade? Pessoa foi e será sempre único e só tem uma amante, Lisboa.
Carpe Diem.

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Como se livram de indesejáveis no carro?

A publicidade ainda pode ser inovadora e interessante como comprova este anúncio para o Smart Fortwo que tem passado nas nossas televisões.

Com um conceito tão simples como os filme de terror e os lugares traseiros, sempre pejados de vilões, a Smart consegue transmitir a mensagem principal dos seus carros, segurança e habitabilidade para 2 pessoas sem "penduras" ou pessoas indesejáveis.

Um mimo que ganhou o Leão de Ouro em Cannes em 2007, se ainda não conheciam aqui fica.

Carpe Diem.

 
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Recordações da Infância - As Misteriosas Cidades do Ouro (1982)

Como recordar é viver aqui fica mais uma pequena pérola do meu imaginário infantil, o genérico da excelente série francesa "As Misteriosas Cidades do Ouro".

Tratava-se de uma série de desenhos animados de aventuras em que, no final de cada episódio, se aprendia sempre um pouco mais acerca das civilizações em questão como os Maias e Aztecas.

Esta série passava sempre no saudoso programa "Agora Escolha" da Vera Roquette enquanto as pessoas ligavam a escolher a série principal do dia... um must e continuo à espera da edição em DVD desta magnifica série completa.

Carpe Diem.

 
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Para Saudosistas...
Acabei de tomar conhecimento que o evento "Here and Now" vai passar por Lisboa (Pavilhão Atlântico) no próximo dia 29 Maio às 21 horas. Os menos atentos a estas coisas dos concertos e afins perguntam: "Mas que raio é este evento, hein?"

Trata-se de uma marca criada em 2001, tendo em vista a reunião de "talentos" dos anos 80 e consequente aproveitamento da onda revivalista que grassa pelo Mundo. O rol de artistas afecto a este evento (varia de concerto para concerto) impressionam para quem viveu esta época (e para quem acredita que eles já nem se mexiam).
Podem sempre brincar ao "Quem é Quem" na foto de cima, mas eu ajudo-vos com o nome dos artistas mais conhecidos:
- ABC
- Bananarama
- Belinda Carlisle
- Boy George
- Jimmy Sommerville (um dos Communards)
- Kid Creole & The Coconuts
- Kim Wilde
- Limahl
- Living in a Box
- Midge Ure
- Nick Kershaw
- Paul Young
- Rick Astley
- T´Pau
Digam lá se isto não é lindo??? Segundo o site da Ticketline, estão previstos para Lisboa os que assinalei a azul... é pena porque gostava de ver as Bananarama e a decadência de um Boy George :)
Carpe Diem.

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Recordações de Infância - Sítio do Picapau Amarelo

Porque só um post de recordação sabe a pouco, aqui fica uma pequena pérola dos tempos idos... um excerto do "Sitio do Picapau Amarelo" (versão original de 1977) sobre o casamento da Emilia com o Rábico e tendo a Cuca por madrinha.

Esta série traz-me tantas recordações que teria de escrever vários textos sobre ela...desde as loucuras da Emilia, a doçura da Dona Benta, a morte do Visconde de Sabugosa, o Saci Perêrê e claro a Cuca.

Querem melhor exemplo do que era o entertenimento infantil da altura, com histórias divertidas, inteligentes, humanas e um imaginário rico que não se encontra hoje em dia? De notar que esta versão nada tem a ver com a mais recente que a Globo fez porque estes intérpretes são bem superiores.

Agora todos: "A Cuca a Cuca, a Cuca vai pegar!!" :)

Carpe Diem.

PS: Será pedir muito que esta magnifica série fosse editada em DVD por cá, como aconteceu com outra do meu imaginário que foi o "Verão Azul"?

 
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Recordações de Infância - Balão Mágico "Superfantástico"

Como recordar é viver inicio assim uma nova rubrica do meu blog, momentos da infância que marcaram e ainda hoje vêm à memória.

A primeira recordação tem a ver com um programa brasileiro, que passava nas manhãs de fim-de-semana em Portugal, com o nome "Balão Mágico". Tratava-se de um programa musical e esta musica tem por nome "Superfantástico" e o mais curioso, para mim, é que na altura nem reconhecia o Djavan que é, actualmente, um dos cantores brasileiros que mais gosto de ouvir.

Fica aqui o video para que se deliciem e se recordem daqueles tempos em que acordavamos de madrugada, esperavamos que o "Tv Rural" acabasse apenas para passar a manhã toda na companhia dos desenhos animados, um luxo!!

Carpe Diem.

 
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Poesia do Mundo I - Al Berto

Porque um grande poeta nem sempre fala de coisas simples, aqui deixo um poema de Al Berto, um homem cuja obra é uma prova de vida através da arte, uma viagem entre a beleza e o tumulto interior do ser:

A escrita é a minha primeira morada de silêncio
a segunda irrompe do corpo movendo-se por trás das palavras
extensas praias vazias onde o mar nunca chegou
deserto onde os dedos murmuram o último crime
escrever-te continuamente... areia e mais areia
construindo no sangue altíssimas paredes de nada

esta paixão pelos objectos que guardaste
esta pele-memória exalando não sei que desastre
a língua de limos

espalhávamos sementes de cicuta pelo nevoeiro dos sonhos
as manhãs chegavam como um gemido estelar
e eu perseguia teu rasto de esperma à beira-mar

outros corpos de salsugem atravessam o silêncio
desta morada erguida na precária saliva do crepúsculo


Poema publicado no livro "O Medo" publicado pela Assírio e Alvim (1997).

Aproveito para sugerir a quem gosta deste poeta para assistir à peça "A Noite" em cena no Teatro D. Maria II, interpretada por Ana Lúcia Palminha e Pedro Gil do grupo teatral O Bando. A peça baseia-se em poemas de Al Berto com fundos musicais de David Bowie, Einsturzende Neubauten e Velvet Underground.
Pelo que li na revista Time Out desta semana, a peça começa com a voz quebrada de Al Berto exclamando ébrio: "Vocês são mesmo ordinários, foda-se" :)

Carpe Diem.

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Génese do Horror
Hoje sugiro um documentário que, inexplicavelmente, saiu directamente para DVD (inserido na colecção "Documente-se" da Sony) em Portugal, ainda que tenha ganho o Urso de Prata e o Grande Prémio do Júri do Festival de Berlim deste ano, refiro-me a "Operação Padrão" ("Standard Operating Procedure", no original) de Errol Morris.
O documentário tem como tema o escândalo da prisão iraquiana de Abu Ghraib onde, pela voz dos próprios protagonistas, se procura entender o porquê das fotos e dos actos que atravessaram a ténue linha que separa o interrogatório da tortura e fizeram George W. Bush pedir desculpa publicamente.
O esquema de Errol Morris consiste em entrevistar terceiros sem que as perguntas se vejam ou ouçam, criando um efeito de aparente diálogo com o espectador. Esta situação permite que nos centremos nas expressões faciais, no que é dito (e sobretudo no que não é), salientando a incongruência e desconforto com naturalidade.
Intercalando as diversas entrevistas, surgem momentos de reconstituição das situações das principais fotos, mas quem procure razões para o que aconteceu não as encontra neste filme. Encontramos nestes soldados um misto de loucura, excesso de juventude, estupidez natural, incapacidade de sentir o outro como um igual e uma profunda insensibilidade/ausência de sentimentos perante a violência (em certos momentos veio-me à memória o filme "Funny Games" do realizador Michael Hanneke).
Independentemente de gostarem ou não de documentários, este é essencial tal como já acontecia com o anterior do mesmo autor, com o nome "Testemunhos de Guerra" ("Fogs of War", no original) e que teve uma estreia discreta seguindo logo para DVD (eu tive a possibilidade de o ver no Indie Lisboa e recomendo-o vivamente). Não se trata de um documentarista com estilo do Michael Moore, contudo, consegue ser bem mais incisivo do que em todo o show-off deste.
O filme apresenta muitos momentos chocantes na forma como alguns protagonistas se referem aos acontecimentos (nenhum se arrepende, apenas lamentam ter aparecido nas fotos ou estado nos locais onde elas foram tiradas) e desses destaco: Lynndie England (rosto inexpressivo e estupidez evidente) dizendo que não mudaria nada do que aconteceu porque graças aos momentos em Abu Ghraib teve um filho (de um dos principais soldados/torturadores que era casado com outra das protagonistas) ou Sabrina Harman (um bloco de gelo de emoções, contrastando com as cartas que enviou à sua namorada durante o tempo que esteve em Abu Ghraib) a justificar as fotos como sendo provas do que se passava e, ao mesmo tempo, dizendo que o seu dedo espetado de "aprovado" e o sorriso foram apenas reacções inconscientes de quem aparece numa foto e não falta de respeito pelos torturados.
A grande conclusão a que se chega é que se as fotos não existissem não haveria escândalo e nada disto tinha sido falado, já que a maioria dos actos cometidos são considerados SOP pelo exército americano. O facto da maior parte dos prisioneiros serem inocentes torna toda esta situação ainda mais atroz e o silêncio das patentes superiores é ensurdecedor. Logo no inicio do filme se vê como Rumsfeld na sua visita inicial a Abu Ghraib só fica a conhecer parte das instalações e toda a zona da tortura é evitada por este... como que dizendo que "quem não vê não sabe".
Uma última referência ao titulo original, trata-se do termo que o exército americano considera para operações padrão e que não são definidas como tortura... um exemplo? Aquele "suspeito" em cima de um caixote com capuz na cabeça, falsos fios de electricidade nos braços e mãos e a ameaça de que se caisse era electrocurtado, foi considerado uma SOP... assustador, não?
Carpe Diem.

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Músicas do Mundo - "1,2,3,4" de Feist

Uma música divertida com coreografia louca para iniciar da melhor forma o fim de semana, trata-se da música "1,2,3,4" da cantora canadiana Feist.

Este video genial foi rodado de uma só vez por Patrick Daughters que foi igualmente o responsável pelo mais recente êxito dos Depeche Mode, "Wrong".

Existe ainda uma outra versão deste videoclip rodada para o programa americano "Sesame Street" (na nossa versão era "A Rua Sésamo") que eu tentei colocar no blog, mas depois fica bloqueada... espreitem no You Tube essa versão bem divertida onde só falta o Monstro das Bolachas.

Tive pena de ter falhado o concerto que esta cantora deu na Aula Magna no ano passado mas, segundo li, foi muito bom.

Enjoy,
Carpe Diem.

 
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O Fim de uma Viagem
Termina hoje, nos EUA (canal SciFi), a melhor série de ficção científica dos últimos 5 anos que, em Portugal, tem vindo a ser exibida no canal FOX Next do MEO e sido editada em DVD (a mini-série e restantes 4 temporadas estão à venda em packs da Universal), de seu nome Battlestar Galactica.
A sua génese partiu da série original dos anos 80, contudo e atendendo à mini-série inicial apresentou diferenças substanciais no que respeita à história e personagens. A ideia de Cylons que evoluiram para humanos, adoptaram um único Deus (contra os Deuses de Kobol dos humanos e a religião, tal como a politica, são 2 temas muito importantes nesta série) e estão "adormecidos" e misturados com os restantes tripulantes da Galactica (fazendo uma ligação à forma de actuação do terrorismo actual e colocando questões profundas sobre este campo) fez-me agarrar esta série. Aliás, fiquei logo viciado após os minutos iniciais, pré-genérico, da mini-série (que funciona como os primeiros 3 episódios) pela forma inteligente como mostra a evolução dos Cylons num misto de imagens, sons e palavras, um mimo!!
A premissa inicial é semelhante à série dos anos 80, com o ataque das colónias pelos cylons e a busca dos humanos por esse planeta mítico chamado Terra fugindo sempre dos primeiros numa luta pela sobrevivência. Este remake foi criado por Ronald D. Moore (Deep Space Nine) e conta com um luxuoso cast que mistura veteranos como Edward James Olmos (Comandante Adama), Mary McDonnel (Presidente Laura Roslin) com estreantes como Katee Sackhoff (Starbuck e a minha personagem favorita), James Callis (Gaius Baltar), Tricia Helfer (Caprica 6) ou Jamie Bamber (Lee Adama). Actores em estado de graça, argumentos/episódios brilhantes e o prazer de reencontrar, com um brilho nos olhos, o Lee Adama da série original (Richard Hatch) agora na pele do terrorista e revolucionário, Tom Zarek.
Esta série é profundamente aconselhada a todos aqueles que adoraram a versão dos anos 80, para quem gosta de séries politicas e interessantes, para quem se interessa por ficção cientifica baseada nas pessoas e nas histórias em detrimento dos efeitos especiais (que os há e muito bons) ou para quem gosta de ver TV que faça pensar e emocionar. Juntamente com "Lost", esta é a série que me deu mais prazer assistir nos últimos anos e apresenta um calibre e impacto como teve "Ficheiros Secretos" e "Twin Peaks", no seu tempo.
O final vai deixar saudades e apesar de anunciada a série prequela "Caprica" para 2010, nada vai ser o mesmo (e Lost termina em 2010!!)... para quem ainda não conhece e se revê no que disse no parágrafo anterior corra a qualquer espaço comercial de DVD´s e abasteça-se dos packs porque é imperdoável deixar escapar algo assim, so say we all!!
Espero que o último episódio seja, realmente, fraking special,
Carpe Diem.

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A redenção de um duro

Com imensa expectativa e vontade de entender o desprezo da Academia pelo mais recente filme de Clint Eastwood, Gran Torino, desloquei-me aos "meus cinemas", no passado Domingo, para o ver. Em conclusão, confirmo que as elevadas expectativas são igualadas ou mesmo superadas, contudo continuo sem perceber como é que este IMENSO filme não ganhou, no mínimo, os Óscares de Melhor Filme e Realizador!! Aliás, ofereço do meu próprio bolso um bilhete de cinema ao Sr. Danny Boyle para assistir a este filme, porque podia ser que entendesse como se transmite emoção e sentimentos (sem pieguice ou efeitos de câmera) em 116 minutos, contrapondo um mix de actores e amadores (tal como no dito Bilionário...).
O filme retrata a história de Walt Kowalski (Clint Eastwood), um homem que combateu pelos EUA na Guerra da Coreia, apologista do "buy american", conservador e profundamente racista nos diálogos e no pensamento. A morte da sua esposa deixa-o sozinho com a sua cadela e seu Ford Gran Torino de 1973 do qual cuida como se de uma peça rara de museu se tratasse (aprecia, cuida mas não o usa). Walt sente-se separado da sua familia, que o menospreza e apenas se interessa pelos seus bens, vivendo num bairro rodeado de imigrantes (italianos, negros, hmong´s, chineses...) e decadente. Quando o seu jovem vizinho de etnia hmong tenta roubar-lhe o Gran Torino, como iniciação de entrada num gang, toda a sua vida sofrerá uma imensa reviravolta.
Walt apresenta uma maior intensidade ao ser interpretado por Clint Eastwood, pelo facto de ser um condensado de diversos personagens que este actor/realizador interpretou ao longo da sua carreira, desde Dirty Harry a Bill Munny (Imperdoável). Torna-se delicioso ver este homem resmungar (e se ele resmunga em todo o filme!!) e sofrer uma transformação gradual, demonstrando que a dureza de atitudes não representa uma dureza de coração. Trata-se antes da perda de um homem e o aproximar a um outro "diferente", mas que vai substituindo a sua familia.
No fim, ficamos sem saber se foi Walt (ou Wally) que ajudou os seus vizinhos hmong ou se foram estes que o salvaram... a tensão da sequência final é irrespirável e nunca um "Holly Mary" foi tão doloroso. Em minha opinião, a decisão de Walt serviu, sobretudo, para que este se sentisse vivo e necessário a alguém de novo.
Mais uma "pequena" obra-prima de um realizador que não sabe filmar mal e consegue depurar ao máximo o argumento sem transparecer no ecran o desnecessário... é aquilo a que se chama "clássico". Um filme a não perder e que deixa emoções tão fortes no seu final como as que "Million Dollar Baby" deixou.
Carpe Diem.

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Músicas do Mundo - "Abduction of Sita"

Aqui fica uma das músicas estupendas do filme "Sita Sings the Blues", referente ao rapto de Sita. Impressionante a forma como as letras da cantora Annette Hanshaw dos anos 20 se adaptam tão bem ao clássico indiano "Ramayana".

Carpe Diem.

 
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Sita Sings the Blues (Full Movie 720p) Part 1 / 10

Na passada sexta-feira tive o prazer de assistir, no Monstra Festival, a um filme surpreendente chamado "Sita Sings the Blues", realizado por Nina Paley.

O filme conjuga duas histórias: a vida de Sita, uma deusa separada de Rama seu marido e senhor e outra sobre Nina, uma animadora de filmes (a ideia do filme partiu da dolorosa separação da realizadora com o seu marido quando ambos estavam na Índia) cujo marido se muda para a Índia e acaba a relação por e-mail. Entretanto temos 3 hilariantes bonecos de sombra que narram ambas as tragédias.

É uma forma satírica e divertida de apresentar o épico indiano "Ramayana", com todas as suas incongruências através de diversos estilos de animação surpreendentes e bem delineados nas suas funções. Destaco particularmente todas as fases em que Sita canta (tal como o nome do filme)musicas de jazz de Annette Hanshaw dos anos 20, soberbo!!

Resta dizer que é um filme que tem feito imenso sucesso em todo o Mundo, tendo vencido a Melhor Longa-Metragem do prestigiado Festival de Annecy. Resulta de um esforço de Nina Paley que durou 5 anos, onde esta realizou, escreveu, produziu e animou quase sozinha no seu PC pessoal... um caso de expiação e mérito.

Aqui vos deixo os primeiros 7 minutos para que se possam deliciar e, ao que parece, o restante do filme está espalhado pelo YouTube, percam um pouco do vosso tempo e descubram esta pequena maravilha.

O filme apresenta-se como "A maior história de todos os tempos sobre o fim de uma relação” e não podia ser mais certo.

Carpe Diem.

 
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Músicas do Mundo - Dancing Queen (ABBA tribute) por Glow

Descobri esta cover da minha musica favorita dos ABBA, Dancing Queen, no blog das Valquirias (ver lista de favoritos aqui ao lado) e fiquei instantaneamente viciado!!

Parece que os ABBA se meteram no LSD misturado com Speed e tem uma vitalidade louca, muito bom e espero que vos surpreenda tanto como me surpreendeu a mim.

Carpe Diem.

 
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Felicidade É... Parte II
Para quem é viciado (a) na gata japonesa mais conhecida do Mundo aqui fica a ideia de uma coluna de iPod em formato DJ.
Será que a loucura da "Hello Kitty" não acaba? Eu bem sei a quantidade de gadgets que existem com esta boneca pois tenho o "prazer" de trabalhar junto de uma megastore da marca e nem refiro os preços que são, sempre, amorosos!!
Preferia a representante da gata aqui em Portugal, a famosa Rita Pereira, assim até passava a achar a boneca um doce :)
Claro que, se usarmos este gadget para ouvir a musica do videoclip acima, tudo se torna de um kitch tremendo.
Carpe Diem.

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Felicidade É... Parte I
Abrir o mail de casa e descobrir que o "Rei Masturbador" segue o meu Twitter, oh Mundo maravilhoso!! Eu ainda não percebi bem o interesse do espaço mas, de vez em quando, vou lá deixar umas mensagens.
Que felicidade sinto por tão distinto rei andar a seguir as minhas patacoadas e nunca que se esqueçam que, tal como Woody Allen dizia: "a masturbação é o acto de fazer amor com alguém que realmente gostamos".

Carpe Diem.

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Músicas do Mundo - Wayne Shorter Quartet

A visita do Wayne Shorter Quartet amanhã na Casa da Música levou-me a mostrar-vos uma "pequena" amostra do que este quarteto é capaz, liderado pelo veterano (76 anos) saxofonista.

Quem estiver pelos lados do Porto e gosta de Jazz não pode, de todo, perder este concerto...provavelmente está mais do que esgotado.

O Wayne Shorter Quartet é composto por: Wayne Shorter (saxofone), Brian Blade (bateria), John Patitucci (baixo) e Danilo Perez (piano). A actuação decorre no Panamá Jazz Festival 2009 e a musica chama-se "Joy Rider".

Aproveitem e Carpe Diem.

 
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As Coelhas invadem Portugal
Para quem procurava a resposta para a crise, ela ai está com o aparecimento da Playboy portuguesa, um luxo só reservado a países de 1º Mundo ou do 3º mas em expansão... a grande novidade do ano sai para as bancas a partir de 27 de Março sem que ainda se saiba quem é a menina da primeira capa.
Se as revistas do social tugas já faziam grandes "escândalos" com meninas em poses vagamente sensuais e bikini, imagine-se a revolução que vai ser quando essas mesmas meninas (e ninguém se admire que sejam as mesmas das revistas que por ai andam...) aparecerem como Deus as colocou no Mundo... nada que um qualquer filme (?!) português actual faça.
Agora para que não me acusem de superficialidade com este assunto importante, alguém se espantará com uma capa de Soraia Chaves, Rita Egidio, Liliana Rodrigues e afins? Depois podem sempre dizer que a Playboy não é como as outras, esta dá prestígio (a desculpa das brasileiras).
Para quem compra a revista pelos seus artigos e rubricas (quem serão estas pessoas?), refira-se que serão colaboradores da revista o humorista Nuno Markl, Pedro Paixão (what else?), Nuno Saraiva (o autor durante anos da BD do Independente) e Ana Anes (autora do livro "Sete Anos de Mau Sexo", coitada o que deve ter sofrido!!).
Esperem pelas coelinhas e até lá,
Carpe Diem.

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Músicas do Mundo - Dirty Projectors

Uma das bandas mais interessantes da actualidade são estes Dirty Projectors que estiveram em Junho de 2008 no Serralves em Festa (sorte a destes portuenses, hein?).

Trata-se de uma banda de Brooklyn que, juntamente com os Vampire Weekend e MGMT, têm feito a delicia de quem gosta de musica indie.

O video diz respeito à musica "Imagine It" e é contagiante...ouçam também a musica constante da colectânea "Dark was the Night" deles com o eterno David Byrne.

Carpe Diem.

 
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Solidariedade não custa...
Para quem ainda não preencheu o seu IRS e queira apoiar uma instituição de solidariedade social com 0,5% do valor final colectado, aqui fica a minha sugestão.

O vosso apoio será utilizado em acções reais de redução da pobreza extrema e de melhoria de condições de vida dignas, tais como: saúde, alimentação, água potável e educação. Aqui ficam os dados da Oikos - Cooperação e Desenvolvimento:



Sou cidadão solidário da Oikos desde 2005 e é tão facil ajudar, um gesto pode fazer mais que mil palavras... eu já fiz a minha parte e vocês?

Carpe Diem.

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Solidão na multidão
Este foi o fim de semana para colocar o cinema em dia, não podendo deixar de fora o filme "The Wrestler", realizado por Darren Aronofsky ("Requiem for a Dream - A Vida não é um Sonho" e "O Último Capítulo - The Fountain") e que tem sido considerado o filme de regresso de Mickey Rourke (não totalmente verdadeiro porque esse foi "Sin City" onde interpretou o papel de Marv).
A história retrata a vida de uma antiga glória do wrestling americano dos anos 80, Randy "The Ram" Robinson, que não foi capaz de abandonar a competição e se dedica a combates de terceira (ou mesmo extremos) em liceus e associações pela América profunda. Trata-se, sobretudo, da história de um looser que só se sente completo dentro de um ringue e com a ovação dos espectadores a rodeá-lo. Interessante a forma como Aranofsky filma a entrada de Randy no espaço gourmet do hipermercado onde trabalha, em analogia com os momentos antes de um combate.
Para além dos combates marginais (momentos sublimes para quem aprecia o wrestling americano, onde se vê a camaradagem e a forma como se combinam as coreografias entre os oponentes), Randy perdeu o contacto com a filha (uma radiosa Evan Rachel Wood) e tenta a aproximação amorosa a uma stripper (Marisa Tomei num papel de grande intensidade e disponibilidade). Note-se que, apesar de ser um filme passado no ambiente do wrestling, não é esta a sua principal tónica mas antes a tentativa de redenção de um homem que bateu no fundo da vida.
Sem Mickey Rourke no principal papel, o filme teria uma intensidade bem diferente porque ele consegue tornar a história de Randy na sua, levando o filme em crescendo até um final redentor e o único possivel. Não é, de todo, um filme lamechas e o próprio realizador não permite que nos sintamos demasiado próximos de Randy apresentado os seus defeitos e imperfeições.
Não se trata apenas de um filme com Rourke, tendo de se levar em conta as interpretações de Evan Rachel Wood (intensa nos seus olhares e silêncios) e, sobretudo, Marisa Tomei (uma representação de mulher que tenta ser forte mas que se sente só e a idade não ajuda) num trio perfeito recheado de fraquezas e imperfeições.
Existem pequenos momentos deliciosos neste filme como o plano da feira de fãs onde a decadência e a antiguidade estão bem presentes, o reencontro entre pai e filha feito de pequenos nadas (e onde torcemos para que eles retomem o contacto mas...), o jogo de sedução da stripper com idade a mais e que se sente só, o último olhar de Randy para um espaço vazio e o leve sorriso representativo da perda da esperança.
Trata-se de um filme sobre uma vida perdida, o medo de viver, a solidão e o tentar recomeçar... posso dizer que foi um dos mais belos filmes que vi nos últimos tempos e, em cerca de 1 hora e 45 minutos, senti mais emoção do que em todo o filme "Quem Quer Ser Bilionário".
Justiça teria sido a vitória nos Óscares de Mickey Rourke (não acredito que tenha muitos mais papéis assim na sua carreira) e de Marisa Tomei (este sim o papel onde merecia a estatueta dourada), que têm 2 interpretações superlativas e intensas. Parafraseando Sean Penn no agradecimento do Óscar que recebeu: "Mickey Rourke is back and he is my brother".
Carpe Diem.

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A intensidade de um comic

Durante muitos anos considerou-se um feito impossivel adaptar a BD "Watchmen" (cerca de 400 páginas na sua versão completa), escrita por Alan Moore e desenhada por Dave Gibbons. As razões para este estado de coisas têm origem no seu tamanho e diferentes graus de leitura, criando uma extrema complexidade quem, até à sua publicação, não se associava ao universo dos comics.
A BD foi, inicialmente, publicada num formato de 12 volumes pela editora DC Comics no ano de 1986, gerando um fenómeno de culto instântaneo para diversas gerações. Recorde-se que, nesse mesmo ano, Frank Miller lançou o seu "The Dark Knigh Returns" e o mesmo Alan Moore escreveu a melhor história de Batman (opinião do autor do blog) de sempre, "The Killing Joke" (com um final maravilhoso onde Batman e Joker se vêm como 2 metades da mesma moeda e ficam a rir à chuva).
Após as tentativas de realizadores como Terry Gilliam, Paul Greengrass e Darren Aranovsky, coube a Zack Snyder (300) adaptar em definitivo ao cinema esta obra prima da BD. O elevado hype gerado pela espera e o trailer que entretanto saiu, fez-me ter as maiores expectativas.

Depois de adaptações desastrosas a BD´s escritas por Alan Moore (From Hell e League of Extraordinary Gentlemen) e uma razoável (V for Vendetta) devo confessar que tinha receio de que este filme fosse pelo mesmo caminho mas... o melhor elogio que lhe posso fazer é conseguir superar as expectativas!!
Ainda que não apresente todas as variantes/histórias paralelas/personagens do comic (os 2 Bernie´s, o comic dentro do comic Tales of Black Freighter, o sumiço dos jornalistas provocado pelo Doctor Manhattan, o final, entre outros momentos) que se afiguraria impossivel para uma duração "normal" em cinema (mesmo assim são 163 minutos), consegue condensar a ideia e mística do original. Contudo, prevê-se que a edição em DVD tenha uma duração de 3 horas e meia com o Tales of Black Freighter incluído... já a espero com ansiedade :)
A história do filme retrata a investigação da morte de um super-heroi (Comediante) por outro (Rorschach), no ano de 1985, em plena Guerra Fria e num hipotético 3º mandato de Nixon (a personagem mais ridicula de todo o filme fruto de uma caracterização boçal). A ideia de guerra nuclear encontra-se ao rubro e seguimos a vida de alguns antigos super-herois deprimidos e/ou afastados do Mundo que os rodeia.
Os Watchmen são compostos pelo Comediante (Jeffrey Dean Morgan), Rorschach (Jack Earle Haley), Dr. Manhattan (Billy Crudup), Nite Owl II (Patrick Wilson), Silk Specter II (Malin Akerman) e Ozymandias (Matthew Goode). Cada um apresenta, à sua maneira, um crescente desagrado em relação à humanidade, através do cinismo (Comediante), loucura (Rorschach), impotência/indefinição (Nite Owl II e Silk Specter II), desumanidade (Dr. Manhattan), superioridade (Ozymandias).
Se procuram um filme de super-herois como "Homem Aranha", "Hulk" ou "X-Men" desenganem-se porque este não é um filme de aventuras mas sim um melodrama com pessoas comuns mascaradas e desiludidas com a Vida. É, acima de tudo, uma reflexão sobre o poder, a arrogância dos povos, o excesso de poder dado a certas potências, a superioridade moral de algumas personagens.
Em minha opinião, o grande personagem do filme é Rorschach na interpretação de Jack Earle Haley, num ser paranoico e doentio que priveligia o "olho por olho, dente por dente" sem ter em conta as diferentes gradações de cinzento que a Vida tem.
Um olhar refrescante sobre os super-herois com a adaptação fidedigna a uma BD, já de si, bem cinematográfica. Merece a pena ver e nem se sente o tempo a passar... mais tarde, leiam a BD e deslumbrem-se com o mundo criado por Alan Moore em toda a sua plenitude.
Carpe Diem.

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Ser Português
Os portugueses são um povo muito civilizado e a prova está que hoje deixei o meu carro estacionado na Rua António Maria Cardoso (a do Teatro São Luiz) e quando lhe peguei para sair apenas andei uns metros...
Inicialmente pensei que a fila de carros tivesse origem nas magníficas obras do Terreiro do Paço (que estupidamente não foram efectuadas ao mesmo tempo das do Metro), contudo, às 22:30 da noite não me parecia muito provável. Sai do carro e eis senão quando dou conta do que se passa... um "simpático" condutor tinha estacionado o seu carro justamente na esquina dessa rua e o eléctrico estava colado sem conseguir passar!!
O sacrificio português no seu melhor, ou seja, aquela onda do "um lugar vago, deixa ver o que dá, os carros passam e por isso fica aqui", sem pensarem que os eléctricos só podem fazer manobras de uma certa forma e estão restringidos à própria linha!!
Resumindo, foi lindo ver a fila de carros a fazer marcha atrás e os policias a atrapalharem o trânsito na zona circundante ao Camões... um must!! As 3 turistas que estavam no carro atrás de mim (vinham da Letónia e queriam informações de como chegar ao hotel da Rua da Rosa, onde elas se foram meter!!) devem ter ficado com muito boa impressão.
Carpe Diem.

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O prazer do bom Jazz
Tive o prazer de assistir esta noite ao concerto do Quarteto de Jazz Michel Portal (o artista da foto acima) no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz. Foi 1 hora e 30 de puro deleite a ouvir a musica de quatro artistas de qualidade superlativa: Michel Portal (saxofone alto, clarinetes e acordeão), Bojan Z (piano), Bruno Chevillon (contrabaixo) e Ari Hoenig (bateria).
Torna-se delicioso quando se assiste a um concerto de jazz onde os membros de um quarteto (ou outra formação qualquer) se divertem e nos divertem... sentem a musica juntamente connosco... fecham os olhos e deixam-se levar pelo ritmo, tal como quem os vê. Confesso que nunca tinha assistido a um concerto onde fosse tocado acordeão, enquanto free jazz, como se de um saxofone se tratasse, é isto que me faz amar tanto este género de musica onde (quase) tudo é possivel.
Michel Portal, aos 73 anos, é uma autêntica força da natureza, tendo nascido em Bayonne (França). Este artista tanto se sente confortável a interpretar uma peça de Mozart para clarinete como a tocar Stockhausen ou free Jazz, tratando-se de um intérprete que rejeita qualquer especialização. A sua vitalidade é surpreendente, comandando o seu quarteto com mestria e delicadeza, sentido cada momento e deixando-o transparecer pelo rosto. A expressividade dele fez-me sorrir diversas vezes durante o concerto, tendo em conta o prazer que demonstrava.
O concerto insere-se no Festival Trans-Portal que, tal como o nome deixa transparecer, é uma homenagem ao musico Michel Portal e resulta de uma parceria entre o Teatro São Luiz e a Metropolitana de Lisboa. Do restante programa destaco ainda o encontro de Mísia com Michel Portal e a Metropolitana de Lisboa (Dia 07 Março no Cinema São Jorge), o trio Michel Portal, Augustin Dumay e Vanessa Wagner (Dia 11 Março no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz) e o concerto para clarinete de Mozart com Portal, Dumay e a Metropolitana (Dia 15 Março no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz).
Para saberem mais (o Festival dura até dia 15 Março) pesquisem o programa em www.teatrosaoluiz.egeac.pt
Carpe Diem.

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Para os meus Amigos

Dedico esta musica a todos os meus Amigos porque "Amigo é Casa"... letra linda e 2 Mulheres de força e com vozes intensas...

Amigo é feito casa que se faz aos poucos
e com paciência pra durar pra sempre
Mas é preciso ter muito tijolo e terra
preparar reboco, construir tramelas
Usar a sapiência de um João-de-barro
que constrói com arte a sua residência
há que o alicerce seja muito resistente
que às chuvas e aos ventos possa então a proteger
E há que fincar muito jequitibá
e vigas de jatobá
e adubar o jardim e plantar muita flor toiceiras de resedás
não falte um caramanchão pros tempos idos lembrar
que os cabelos brancos vão surgindo
Que nem mato na roceira
que mal dá pra capinar
e há que ver os pés de manacá
cheínhos de sabiás
sabendo que os rouxinóis vão trazer arrebóis
choro de imaginar!
pra festa da cumieira não faltem os violões!
muito milho ardendo na fogueira
e quentão farto em gengibre
aquecendo os corações
A casa é amizade construída aos poucos
e que a gente quer com beira e tribeira
Com gelosia feita de matéria rara
e altas platibandas, com portão bem largo
que é pra se entrar sorrindo
nas horas incertas
sem fazer alarde, sem causar transtorno
Amigo que é amigo quando quer estar presente
faz-se quase transparente sem deixar-se perceber
Amigo é pra ficar, se chegar, se achegar,
se abraçar, se beijar, se louvar, bendizer
Amigo a gente acolhe, recolhe e agasalha
e oferece lugar pra dormir e comer
Amigo que é amigo não puxa tapete
oferece pra gente o melhor que tem e o que nem tem
quando não tem, finge que tem,
faz o que pode e o seu coração reparte que nem pão.

Carpe Diem.

 
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Músicas do Mundo - Simone e Zélia Duncan

Uma pérola musical cantada por duas mulheres de excepção e que foi um dos pontos de partida para o espectáculo "Amigo é Casa" que passa em Lisboa próximo dia 06 no Campo Pequeno.

Simone e Zélia Duncan a cantarem a música "Idade do Céu" de Jorge Drexler e Paulinho Moska numa sintonia perfeita e uma letra maravilhosa.

Com muito bom astral para todos vocês e, se puderem, não as percam ao vivo e deixem-se emocionar.

Carpe Diem.

 
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