Quando soube que um dos mais conceituados saxofonistas da actualidade, Joe Lovano, viria a Portugal, fiquei imediatamente interessado em assistir ao seu concerto, contudo, os preços elevados dos bilhetes (de 30 a 40 euros) e as despesas com a minha casa nova demoveram-me desse objectivo. Eis então que surge a revista Time Out Lisboa com um magnifico passatempo na sua edição desta semana, oferecendo 40 bilhetes para o espectáculo a quem enviasse um mail com os seus dados.

A questão foi que, apenas reparei no concurso às 11:30 desse dia, já respondi sem convicção de ganhar dado a revista estar disponivel nas bancas logo de manhã... eis senão quando regresso do almoço e tenho na caixa de correio a mensagem de vitória, uma bela surpresa!!!

O concerto decorreu ontem numa Aula Magna quase cheia, tendo sido simplesmente estupendo... Joe Lovano, um homem que já actuou com nomes como Stan Getz, Ornette Coleman (que esteve este ano no Jazz em Agosto da Gulbenkian), Dizzy Gillespie e John Coltrane, entre outros, deu um concerto irrepreensível com uma qualidade sonora sem mácula. Joe Lovano apresentou-se em formato de Quarteto, acompanhado de James Weidman (piano), Dennis Irwin (baixo) e o soberbo Francisco Mela (bateria). Trata-se de musica para os sentidos, para nos deixar levar no sonho e na força da musica... claro está que não pude deixar de bater o pezinho e a cabeça ao ritmo da musica :)

Joe Lovano nasceu em Cleveland (Ohio) em 1952, filho do saxofonista Tony Lovano (conhecido como "Big T"), tendo começado a tocar desde criança. Fez os seus estudos musicais na Berklee School of Music em Boston (Massachussets), onde encontrou aqueles que seriam os seus primeiros colaboradores.

Saído de Berklee, o seu primeiro trabalho foi com o organista Lonnie Smith, que o levou para Nova York, onde fez a sua estreia discográfica. De 76 a 79, efectuou uma digressão com Woody Herman Thundering Herd, culminando num concerto em pleno Carnegie Hall (NYC). Colaborou com nomes como Elvin Jones, Carla Bley, Lee Konitz, Charlie Haden e Bob Bookmeyer, entre outros e, no principio dos anos 90, saltou para a ribalta ao tocar durante cerca de 3 anos com o quarteto do guitarrista John Scotfield. Em 94, o seu albúm "Tenor Legacy" foi nomeado para um Grammy e, dois anos depois, o seu albúm "Quartets at the Village Vanguard" foi considerado pelos leitores da prestigiada revista "Down Beat" como "...o melhor albúm de jazz do ano...".

Quem lá esteve, de graça ou pagando, sabe que valeu a pena cada minuto das cerca de 2 horas que o concerto durou... muito bom mesmo!!! Agora tenho esperança que a Time Out venha a oferecer bilhetes para o concerto das "Au Revoir Simone" no Santiago Alquimista (5 de Dezembro), haja esperança!!!

Carpe Diem.