Psicologia de pacote
Por vezes descobrem-se coisas engraçadas na TV quando não existe nada mais interessante para fazer e um dos meus locais preferidos para descobrir pequenas pérolas é a SIC Radical (em conjunto com o canal FX). Desta vez descobri uma rubrica chamada "Red Zone" onde passa um documentário da HBO sobre uma casa de alterne (vulgo casa de putas) americana muito conceituada (cada hora pode ir aos 2/3 mil dólares) chamada Bunny Ranch.
Trata-se de um documentário/série em 11 episódios, onde descobrimos o dia a dia dessa casa e das suas ocupantes... além delas temos Madamme Suzette (co-proprietária e criadora das regras e da gestão do local) e Dennis Hof (o dono do rancho e o chulo fino que vai com todas as mulheres).
O curioso desta serie é a forma decadente como se gere um espaço destes, tentando demonstrar que as pessoas se divertem ao fazer o que fazem (no próprio rancho há sempre um dia do chá), que ninguém faz o que não quer, que todas as raparigas "amam" Dennis e o tratam por "paizinho", que todas se dão bem entre si quando as rivalidades são bem acesas e no que toca a dinheiro podem ser bem baixas.
Depois há aqueles casos de mulheres que não conseguem largar o seu "trabalho" (como a Airforce Amy) e tornam-se ridiculas, as mulheres que adoram ser chamadas de putas, aquelas que contam à mãe que querem entrar no Rancho e estas apoiam-nas, a menina rica que quer ser puta para manter a vida que tem mas que se recusa a fazer sexo oral porque não gosta, as vendas que se fazem dentro do Rancho para "actualizar" as meninas... enfim, uma parafernália de ideias, intenções, sentimentos que por umas vezes parece desculpabilizar um espaço daqueles mas, por outras, o torna mais humano e ridiculariza as suas habitantes.
Para mim, o mais curioso é sempre o discurso do dono, Dennis Hof, profundamente machista, protector, interessado em que as raparigas se divirtam para, principalmente, o divertirem a ele...sempre com o olhar no lucro e desculpando-se com o bom ambiente e a motivação de trabalhar num espaço conceituado como aquele...o ridiculo do homem macho americano com o sonho realizado de ter varias mulheres à disposição.
Um trabalho destes só podia ser fruto de uma das melhores cadeias de televisão americanas, a HBO, e merece ser visto quanto mais não seja para tentar entender (o que quase nunca se consegue) o porquê destas raparigas fazerem o que fazem... ao contrário do que possam pensar, nem todas o fazem pelo dinheiro.
Espreitem e tirem as vossas conclusões... há momentos explicitos mas sem serem pornográficos e não é isso que dá valor a um estudo comportamental como esta série.
Carpe Diem.

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