A saga das ante-estreias no Estoril Film Festival continua, ontem tive a oportunidade de ver o mais recente filme de David Mamet (também argumentista) de seu nome "Redbelt". Mamet é conhecido pelo poder das suas palavras inteligentes e surpreendentes e pelos filmes com reviravoltas, ultimamente tem-se dedicado à TV com a série de sucesso "A Unidade" de que foi criador.
O filme foca uma modalidade actualmente em voga, o Jiu-Jitsu, que é uma arte marcial para defesa pessoal. A história gira em torno de um instrutor desta modalidade, Mike Terry (Chiwetel Ejiofor), que abdicou dos circuitos lucrativos de competição em detrimento de um estudio de defesa pessoal da modalidade em Los Angeles, aplicando a doutrina dos samurais e ensinando seguranças, policias, duplos de cinema e lutadores.
Terry vive com a sua esposa brasileira, Sondra (Alice Braga), em busca de dinheiro do estudio e do seu negócio de importação de tecidos... contudo, uma noite em que uma advogada tem um problema com um policia dentro estudio vai criar uma bola de neve de eventos que levarão Terry aos ringues, pela primeira vez, para limpar a sua honra e pagar as dívidas.
As reviravoltas do argumento, habituais em Mamet, fazem com que Terry se cruze com um actor de cinema (Tim Allen num papel dramático como pouco se vê), uma advogada distraida (Emily Mortimer), agiotas (David Paymer) e empresários sem escrúpulos (Joe Mantegna e Rodrigo Santoro) entre outros... o curiso do filme, para nós portugueses, é a quantidade de actores brasileiros que entram no filme, contudo, o facto desta modalidade ter uma expressão imensa no Brasil justifica este facto.
O problema do filme é o seu acabamento, o facto de nunca tornar a história "bigger than life" como aparenta no inicio. Todo o esquema que desemboca nas sequências finais encontra-se muito bem urdido como é apanágio de Mamet, contudo, o final tem u ar de farsa, um toque de "Rocky" do "bas fond" e tudo se perder. Considero que não existe chama naquele final, naquela luta pela honra que culmina com uma sequência ridicula de entrega de um cinto vermelho (o do titulo), situação rara nas artes marciais.
Não sei se sou eu que tenho a culpa ou se peço demasiado dos filmes mas, até agora, ainda não tive nenhum neste Festival que me enchesse as medidas ou me surpreendesse como tantas vezes acontece no Indie Lisboa por exemplo. Neste momento faltam-me apenas 3 sessões, Sexta e Sábado, que prontamente aqui deixarei o meu testemunho, até lá
Carpe Diem.
Etiquetas: Festivais de Cinema
Não faltará muito para andares a ver filmes do Chuck Norris... ai não falta não! Meu ganda maluco!!!!!