Na minha juventude era viciado numa série de ficção de 1978 chamada "Battlestar Galactica", ao ponto de me transformar em Adama (mais pelo porte do que pela importância da personagem)... infelizmente a série foi cancelada ao fim de 22 episódios (correspondente a 1 temporada) gerando, contundo, uma imensa legião de fãs.
Depois da saida do pack DVD com a série original que, a propósito, envelheceu muito mal, foi-nos dado a oportunidade de conhecer o remake, em exibição nos EUA na 3ª Temporada, no mesmo formato sem que tenha passado nos canais nacionais.
Trata-se de uma série completamente remodelada, que mantém a premissa original da guerra Humanos/Cylons e os nomes das personagens podendo, contudo, ser considerada a série mais pós 11 de Setembro da actual Tv americana.
A nova série baseia-se num pressuposto fantástico de que os Cylons foram criados pelos humanos e se rebelaram, contudo e passado 40 anos, conseguiram transformar-se em humanos... existem Cylons que não sabem que o são e por isso são considerados "agentes adormecidos" (isto soa a qualquer coisa, não?). Ao mesmo tempo, na Galactica, existe uma zona de memorial a quem faleceu durante o ataque dos Cylons que me parece decalcado dos memoriais pós-11 Setembro.
A guerra Humanos-Cylons mantém-se, no entanto, a série encontra-se totalmente renovada com um Adama (Edward James Olmos) com uma relação conflituosa com o filho Apollo (Jamie Bamber), sendo este menos "santo" e "puro" do que o original. A personagem Starbuck tornou-se mulher (Kate Sackhoff) mas com os mesmos traços do personagem original (charuto, loucura e vicio do jogo), criando assim uma interessante clivagem entre homens/mulheres e um relacionamento completamente diferente com Apollo.
Na galeria de personagens principais encontramos ainda uma presidente para as 12 colónias (Mary McDonnell) que era uma secretária de estado da educação e se encontra a morrer de cancro, o vilão original que aparenta deter mais nuances do que apenas ser mau (Gaius Baltar - James Callis), um Boomer feminino que não é propriamente quem diz ser (Grace Park) e por fim uma Cylon muito sexy e perigosa com o nome de "Number 6" (Tricia Helfer).
Cada episódio surpreende e torna uma série antiga em algo viciante, sério, inteligente e sobretudo inovador... basta seguir todo o segmento inicial da minisérie (não disponivel em Portugal, mas que pode ser encomendada na Net, com legendas em Inglês) é um portento que vos vai deixar agarrados ao sofá.
Se puderem comprem os 3 packs (Minisérie, 1ª e 2ª Temporada) e deliciem-se com o que de melhor se faz actualmente, no âmbito da Ficção Científica nos EUA, pelas mãos do criador da serie Deep Space Nine, Ron Moore.
Carpe Diem.
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