Indie Lisboa 2009 - Dia 6
A partir do momento em que detectei o último filme de Christophe Honoré ("Em Paris" e "Canções de Amor") no programa do Indie Lisboa foi certo e sabido que o teria de ver, já que fiquei fã do seu penúltimo filme. Trata-se de "La Belle Personne" que adapta, livremente, o clássico da literatura francesa "La Princesse de Clèves" escrito por Madame de La Fayette, com a particularidade de o transpor para um liceu burguês em Paris da actualidade.
Neste liceu seguimos os destinos de um grupo de amigos que irá integrar uma estranha, prima de um deles chamada Junie (a espantosa e belissima Léa Seydoux), que mudou de escola após a morte da mãe. Junie é uma rapariga traumatizada e com um ar de perda constante, necessitando de quem a proteja e irá descobrir isso em Otto (Gregoire Leprince-Ringuet). Contudo, e apesar de Otto se ter apaixonado perdidamente e à primeira vista por Junie (sentimento não correspondido por esta, sendo antes uma "vampira" do amor dele), a entrada em cena do professor Nemours (Louis Garrel) irá balançar totalmente a vida dela.
Ao longo do filme vemos o desenrolar dos sentimentos das personagens (do trio amoroso e dos seus amigos), as trocas de olhares, os gestos proibidos (o casal gay da história, num desenvolvimento supérfulo do filme, em minha opinião), a necessidade de amor e o medo de amar. O mais curioso do filme está no facto de Junie aceitar o amor de Otto sem que sinta o mesmo por ele e, ao mesmo tempo, luta por não se deixar apaixonar por Nemours (um pinga-amor que se entretém a conquistar alunas e colegas de profissão) já que sabe que um relacionamento com este não terá futuro.
O cinema de Honoré tem o condão de me deixar inebriado pelos sentimentos que evoca, a forma como filma os corpos, os sentimentos e a dor de amar. Encontramos neste filme um mix de elementos dos seus dois filmes anteriores: a cidade de Paris como fundo romântico e Louis Garrel na figura do conquistador inverterado ("Em Paris") ou a galeria de actores, a loucura do amor e o momento musical ("Canções de Amor").
No fundo, será Junie a mais esclarecida dos 3 com o elo mais fraco a desistir da vida e o outro a ser, racionalmente, colocado de lado. A entrada de Junie naquele colégio é equivalente a um terramoto de beleza, ela subjuga os homens com a sua aparente fragilidade e beleza fisica, para isto muito contribui a actriz que a interpreta.
Tenho de confessar aqui que, além de ter adorado o filme, também fiquei apaixonado por Léa Sedoux... sinceramente não sei o que têm as francesas, contudo existe um conjunto delas (a esta junto Ludivine Saigner, Emmanuelle Béart, Virginie Ledoyen, entre outras...) que me dão a volta à cabeça :)
Um filme a ver sem reservas, para cépticos ou apaixonados, sobretudo para quem gostou dos dois filmes anteriores do mesmo realizador. Repete no Indie dias 01 e 03 de Maio (21:45 e 18:15, respectivamente), sempre no Cinema City Alvalade.
Carpe Diem.
PS: E só faltam 4 dias de Festival... o que é bom acaba mesmo depressa!! Mesmo assim ainda tenho mais 9 sessões antes de me despedir :)

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2 Comments:


  • At 11:43 da tarde, Anonymous Anónimo

    Concordo contigo eu também adorei este filme assim como os outros dois que referes. Um grande filme do Indie sem duvida. Bj.

     
  • At 5:20 da tarde, Anonymous Anónimo

    Desta não me vou esquecer... corrida... carro a 120... encostar em qualquer canto... corrida... Pfffffffffff... Nojento! :P