A Poesia da Pintura em imagens
O ciclo de cinema "Os Melhores Filmes de 2007", que esteve patente no Nimas, permitiu-me visionar algumas películas que, por uma razão ou outra, deixei passar aquando da exibição comercial. Um dos melhores que por lá vi foi o "A Ronda da Noite", realizado por Peter Greenway (talvez o seu filme mais comercial, apesar de ser fã do filme "The Pillow Book").
O filme retrata parte da história do pintor Rembrandt, nomeadamente quando este pintou o quadro "A Ronda da Noite" bem como a sua relação com as mulheres que o rodeiam. Tenho de confessar que, a pintura flamenca, não me alicia mas... o tratamento dado ao pintor e, sobretudo, o modo de filmar de Greenway sublima tudo.
Torna-se interessante ver como nasce uma obra-prima e, ao mesmo tempo, apresentar essa história como se de uma pintura teatral se tratasse... pode parecer estranho o termo utilizado, mas este filme estiliza a obra de Rembrandt de tal forma como se de um quadro flamenco se tratasse, sem ter medo de mostrar a artificialidade do teatro ao mesmo tempo. Este último facto torna-se ainda mais curioso e interessante, quando sabemos que Rembrandt gostava de colocar pessoas a representar outras, tendo em vista pintar uma ideia (nem sempre agradável) destas últimas.
Um grande filme de poesia em movimento, feito de sombras e tons escuros a predominar... um filme onde o artificial combina com o real para formar um todo ainda mais coerente. Tenho de destacar aqui o actor principal deste filme, Martin Freeman (Rembrandt), um dos grandes cómicos dessa pérola do humor que foi o "The Office" inglês, da autoria de Ricky Gervais.
Deixem-se levar pela paixão, pelo delirio e pelo sonho de um homem que só queria amar mulheres e fazer juz à vitima de um crime, mas com medo de perder o seu olhar na escuridão intensa do desconhecido.
Carpe Diem.

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