Indie Lisboa 2008 - Dia 10


O penúltimo dia foi recheado com 2 filmes do realizador de Hong Kong, Johnnie To: "PTU" (2003) e "Wu Yen" (2001). Excepcionalmente, dispensei este ano a cerimónia de encerramento por não ser apreciador dos filmes de Ken Loach, contudo, fico contente por 3 dos filmes que vi terem sido premiados: "Momma´s Man" (Prémios Distribuição e Fipresci), "Sleeping Betty" (Pémio do Publico para Melhor Curta-Metragem) e "Son of Rambow" (Prémio do Público, rubrica Indie Junior).

Retornando aos filmes, o primeiro do dia chamou-se "PTU" (Police Tactics Unit) e retrata as peripécias de um inspector da policia que perde a sua arma numa rixa com um grupo de deliquentes e a sua corrida contra-relógio para a recuperar antes que seja usada em algum crime. O inspector recorre à ajuda de um oficial da PTU (uma força militar/policial que usa a força de forma abusiva) para reaver a arma antes da noite terminar. Pelo meio surge uma guerra de gangsters, um outro grupo de policias conhecido pela sigla CID entra em acção para vigiar o inspector e a PTU, culminando tudo num final apoteótico numa rua onde todos se juntam e ainda 4 irmãos que aparecem no sitio e hora errada... para cúmulo, a arma estava mais perto do que se poderia imaginar.

Trata-se de mais um filme de To onde a calma impera, sem que nada se passe, mas tudo acontece (parece contradição mas quem conhece o realizador sabe do que falo)... resultando num final em crescendo com um tiroteio como um bailado e um ajuste de contas entre assassinos. Mais um filme altamente recomendado por este estaminé.

O segundo filme da noite, "Wu Yen", é algo completamente diferente de tudo o que passou no Indie Lisboa sobre Johnnie To, tratando-se de uma opereta (em registo de comédia) tradicional de Hong Kong ("Lunar New Year"), acerca de um Imperador preguiçoso e amante do ócio com mulheres e a sua indefinição entre a "feia" guerreira Chung (destinada a casar com o Imperador) e uma Fada Encantada e preversa que pretende estragar os planos dos 2, apenas porque se apaixonou por Chung.

Tudo isto é representado por um triângulo amoroso, sexualmente ambivalente, já que as personagens principais distribuem-se por 3 actrizes que vão mudando de registo entre homem e mulher, com o Imperador a ser interpretado sempre por uma mulher (Anita Mui, estupenda). Trata-se de um filme demasiado longo (123 minutos) para uma história tonta (mas divertida) e repetitiva (apesar de quando se assiste ao filme não se notar).

Quero apenas salientar neste filme, além da loucura das interpretações, as sequências de batalhas são apresentadas como se de representações de teatro de sombras se tratassem e tem um momento brilhante com um jogo de Mahjong.

Carpe Diem.

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