Indie Lisboa 2009 - Dia 6
A partir do momento em que detectei o último filme de Christophe Honoré ("Em Paris" e "Canções de Amor") no programa do Indie Lisboa foi certo e sabido que o teria de ver, já que fiquei fã do seu penúltimo filme. Trata-se de "La Belle Personne" que adapta, livremente, o clássico da literatura francesa "La Princesse de Clèves" escrito por Madame de La Fayette, com a particularidade de o transpor para um liceu burguês em Paris da actualidade.
Neste liceu seguimos os destinos de um grupo de amigos que irá integrar uma estranha, prima de um deles chamada Junie (a espantosa e belissima Léa Seydoux), que mudou de escola após a morte da mãe. Junie é uma rapariga traumatizada e com um ar de perda constante, necessitando de quem a proteja e irá descobrir isso em Otto (Gregoire Leprince-Ringuet). Contudo, e apesar de Otto se ter apaixonado perdidamente e à primeira vista por Junie (sentimento não correspondido por esta, sendo antes uma "vampira" do amor dele), a entrada em cena do professor Nemours (Louis Garrel) irá balançar totalmente a vida dela.
Ao longo do filme vemos o desenrolar dos sentimentos das personagens (do trio amoroso e dos seus amigos), as trocas de olhares, os gestos proibidos (o casal gay da história, num desenvolvimento supérfulo do filme, em minha opinião), a necessidade de amor e o medo de amar. O mais curioso do filme está no facto de Junie aceitar o amor de Otto sem que sinta o mesmo por ele e, ao mesmo tempo, luta por não se deixar apaixonar por Nemours (um pinga-amor que se entretém a conquistar alunas e colegas de profissão) já que sabe que um relacionamento com este não terá futuro.
O cinema de Honoré tem o condão de me deixar inebriado pelos sentimentos que evoca, a forma como filma os corpos, os sentimentos e a dor de amar. Encontramos neste filme um mix de elementos dos seus dois filmes anteriores: a cidade de Paris como fundo romântico e Louis Garrel na figura do conquistador inverterado ("Em Paris") ou a galeria de actores, a loucura do amor e o momento musical ("Canções de Amor").
No fundo, será Junie a mais esclarecida dos 3 com o elo mais fraco a desistir da vida e o outro a ser, racionalmente, colocado de lado. A entrada de Junie naquele colégio é equivalente a um terramoto de beleza, ela subjuga os homens com a sua aparente fragilidade e beleza fisica, para isto muito contribui a actriz que a interpreta.
Tenho de confessar aqui que, além de ter adorado o filme, também fiquei apaixonado por Léa Sedoux... sinceramente não sei o que têm as francesas, contudo existe um conjunto delas (a esta junto Ludivine Saigner, Emmanuelle Béart, Virginie Ledoyen, entre outras...) que me dão a volta à cabeça :)
Um filme a ver sem reservas, para cépticos ou apaixonados, sobretudo para quem gostou dos dois filmes anteriores do mesmo realizador. Repete no Indie dias 01 e 03 de Maio (21:45 e 18:15, respectivamente), sempre no Cinema City Alvalade.
Carpe Diem.
PS: E só faltam 4 dias de Festival... o que é bom acaba mesmo depressa!! Mesmo assim ainda tenho mais 9 sessões antes de me despedir :)

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Indie Lisboa 2009 - Dia 5
No dia da ante-estreia nacional do último filme de Manuel de Oliveira ("Singularidades de uma Rapariga Loira" em adaptação de Eça de Queiroz), em pleno Indie, preferi optar pelo Oriente com o filme "Breathless" ("Ddongpari" no original) do realizador coreano Yang Ik-june. Contudo e antes de falar do filme, quero deixar aqui o meu grande abraço ao mestre Oliveira pelo facto de, aos 100 anos, demonstrar ainda um imenso vigor artístico/físico e tenho pena de não estar na sessão para o poder aplaudir de pé (ainda que não seja apreciador do seu cinema).
O filme "Breathless" retrata a história de Sang-hoo (Yang Ik-june), um homem violento que trabalha para um gangster na realização de tarefas (cobrar dívidas, impedir protestos, fechar negócios...), aproveitando assim para libertar os seus fantasmas e temores, sem controlo aparente, chegando mesmo a agredir os seus próprios colegas de "trabalho". O tom do filme é-nos apresentado de forma brutal logo no seu inicio: primeiro um homem bate e agride verbalmente uma mulher, em seguida aparece um segundo homem que bate no primeiro e por fim na mulher, porque esta não se soube defender do primeiro... o segundo homem é Sang-hoo.
Podemos caracterizar a personagem principal como um homem que não olha a meios para libertar a sua violência através de chapadas, murros, pontapés, palavrões (cunt e cock são das palavras mais utilizadas no filme) ou cuspidelas em qualquer pessoa que veja na rua, desde que não goste da mesma... até que um dia encontra uma estudante, cuja vida doméstica é igualmente turbulenta, que lhe faz frente e o fará repensar todo o seu modo de vida.
Com o decorrer do filme, verificamos que Sang-hoo não é um sociopata mas sim alguém que viveu um trauma muito intenso no passado (a violência do pai sob a mãe traduziu-se em consequências terriveis para toda a familia). Apesar de ser muito difícil gostar da personagem, o seu realizador consegue, através de uma interpretação intensa, aproximá-la aos poucos dos espectadores e tornar verossímil a sua reconversão e mudança de estilo de vida.
Para primeira obra, apesar de alguns defeitos existentes, verifica-se um excelente trabalho de Yang Ik-june (actor, realizador, argumentista e produtor) com momentos intensos, como seja a bebida nas escadas à noite ou a desenfreada corrida para salvar um pai de pulsos cortados.
Não estou familiarizado com os costumes da Coreia, contudo, este filme fez-me compreender que deverá existir uma cultura de violência familiar (não percebi se em todo o lado ou se se trata de questão educacional/classe social) onde os maridos batem nas mulheres quase até à morte, permitindo que os filhos assistam à degradação da relação e assim incorporem no futuro este estigma. Como se encontra comprovado, um jovem que foi abusado tem maiores possibilidades de se tornar pedófilo, tal como um que sempre foi agredido possa tornar-se em agressor um dia... o ser humano nem sempre aprende com os erros e prefere replicar o que já aconteceu.
Um filme a demonstrar que, cada vez mais, o Oriente demonstra uma imaginação, humor e sensibilidade que se vai arredando do cinema europeu ou americano, um filme a não perder e que repete dia 30 Abril pelas 15:45 no cinema Londres.
Carpe Diem.

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Tesouros da MPP 3 - André Silva

Para desanuviar das crónicas do Indie aqui vos deixo mais uma pérola da MPP, desta feita é o "grande" André Silva com o tema "Espeta o Pau (no buraquinho)".

Será que ninguém se oferece para fazer um video desta cantiga linda, com letra inspirada? :)

Carpe Diem.

 
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Indie Lisboa 2009 - Dia 4
Quando passei uma vista de olhos ao programa do Indie Lisboa deste ano, desconfiei que o filme "JCVD" seria aquele que tanta sensação fez em Cannes junto da crítica e que pretendia (não sei se conseguiu) reabilitar a carreira de Jean-Claude Van Damme.
Sim, refiro-me ao moço dos Kickboxer, Street Fighter, Cyborg e afins... todas esses filmes dos anos 80, uns mais manhosos que outros, que fizeram a delícia da minha juventude. Quando saia um filme protagonizado por Van Damme (e Stallone, Arnold, entre outros) em cinema ou nas velhinhas cassetes VHS, era motivo de alegria para mim até ao momento em que começaram a parecer filmes de comédia do que acção.
O regresso das velhas glórias ao activo em filmes que as procuram reabilitar teve o seu ponto de partida no filme "O Último Grande Herói" (com a desconstrução da personna cinematográfica do Arnold sob a égide de John McTiernan) e de forma recente no honesto e emocionante "Rocky Balboa" e terminando no "The Wrestler" de Mickey Rourke. Este "JCVD" (realizado por Mabrouk El Mechri) é a tentativa de Van Damme regressar ao cinema, com um piscar de olho à desconstrução da sua personna e ao cinema indie, plenamente conseguido.
O inicio é enganador já que decorre numa cena de acção tal como as de Van Damme em "n" filmes da sua carreira, com a grande diferença a residir na sua idade que não lhe permite filmar tudo de um só take... está dado o mote para o resto da película. Ao regressar à sua Bélgica natal, Van Damme coloca-se numa situação caricata quando, ao entrar num posto de correios, é feito refém por 3 assaltantes peculiares (velhos demais para assaltos e um deles fã do actor e de artes marciais), confrontando-se assim o homem de ferro com a realidade muito distante dos filmes.
O filme é bastante divertido, recheado de ironia quer aos filmes que o actor protagonizou, quer ao uso das artes marciais nestes, procurando desconstruir o mito. Existem momentos deliciosos tais como quando Van Damme perde um papel num filme xunga para Steven Segal que, por ter cortado o carrapito, acabou por ser um concorrente temível ou a alusão ao facto de Van Damme ter sido o responsável pela ida de Jonh Woo para Hollywood, sem que dai surgisse melhorias para a sua carreira, antes pelo contrário.
E depois, há um momento que é "O" momento, um longo monólogo de Van Damme onde este escalpeliza os deslizes da sua vida (as infidelidades, as mulheres, o abuso de droga quando se tem o Mundo, os filmes de baixo orçamento para pagar as contas, a perda da custódia da filha) e pede uma chance, pede para não "morrer" (no filme e na vida real?) chegando, inclusivamente, a chorar. Um momento intenso de um actor, ainda que limitado, mas seguramente mais que um monte de músculos.
De uma forma geral, estamos em face de um filme divertido, tocante e sincero que sem ser uma obra-prima (nem o tencionava ser) acaba de uma forma um pouco atabalhoada. Num país ideal seria possivel a estreia comercial deste filme ou, no máximo, que passasse mais de uma vez no Indie, sem dúvida um dos melhores filmes da edição deste ano está aqui.
Carpe Diem.

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Indie Lisboa 2009 - Dia 3

Iniciei o dia de hoje com um filme da competição internacional do Indie, proveniente da Argentina, chamado "Una Semana Solos" e realizado por Celina Murga. Este filme, tem a particularidade de ser produzido por Martin Scorcese e, não me espantaria muito que, um dia destes, surgisse um remake nos EUA.
O filme retrata a história de um grupo de meninos ricos argentinos, residentes num exclusivo complexo habitacional, que ficam sozinhos durante as viagens dos pais à Europa. Os momentos de tédio são ocupados com jogos que, de inocentes nada têm como por exemplo, o "assalto" às vivendas dos vizinhos ausentes. A chegada do irmão da empregada que cuida do grupo, proveniente de uma terra pequena e inevitavelmente pobre face aos outros, vai colocar em causa o sistema de classes e a dinâmica do grupo (um dos meninos ricos chega mesmo a queixar-se à mãe telefonicamente de que este o incomoda sem especificar porquê), demonstrando assim o afastamento das elites face aos mais desfavorecidos. Quando algo corre mal é preciso encontrar um culpado e sabe-se logo quem será...
O argumento parecia interessante já que a realizadora pretendia cruzar a luta de classes com as dificuldades (fisicas e psicológicas) na mudança entre o ser criança e a adolescência. Na prática, espalha-se ao comprido, criando um filme banal, previsível até à medula com os meninos ricos aborrecidos a viverem no seu casulo (sem amor), enquanto os pais se divertem. Uma metáfora muito pouco subtil e só a qualidade do nome do seu produtor poderá tornar mais vísivel este trabalho de Celina Murga... quanto a mim uma enorme desilusão.
O Indie Lisboa caracteriza-se, entre outras coisas, pela possibilidade de assistir a curtas metragens num ecran de cinema, situação muito rara em Portugal (a única excepção é o programa Onda Curta no Canal 2). Hoje assisti a uma dessas sessões, denominada Observatório Curtas 3 e composta por: The Herd (Ken Wardrop); The Unseen (Pavel Medvedev); Sphinx on the Seine (Paul Clipson); Everyday Everyday (Tan Chui Mui); Crime/Abismo Azul/Remorso Físico (Edgar Pêra); Hot Dog (Bill Plympton) e Passeio de Domingo (José Miguel Ribeiro).
Como sempre acontece nestas situações, existem momentos de total desinteresse e pretensiosismo (The Unseen, Sphinx on the Seine, Everyday Everyday), formatos interessantes que conjugam arte e cinema (a obra de Amadeu Sousa Cardoso revista e interpretada em Crime/Abismo Azul/Remorso Físico), um momento cómico sobre a diferença através de um veado com problemas de identificação já que adora integrar-se no meio de uma manada de gado (The Herd), uma animação portuguesa elaborada por moldes e muito criativa apesar do argumento estafado e pouco original (Passeio de Domingo) e a cereja no topo do bolo com o genial Hot Dog.

Este último, que dura uns míseros 6 minutos (imagem acima), é uma animação de Bill Plympton (vencedor do Fantas 2009 e com DVD´s a menos de 8 € na FNAC) sobre um cão que adorava ser reconhecido como bombeiro. O filme é de ir às lágrimas de tanto rir com um humor superlativo e contagiante. Este foi, até ao momento, o meu único 5 na pontuação deste ano, assim se prova a inexistência da necessidade de filmes com durações excessivas quando, o essencial, pode ser dito desta forma genial.

Só por esta Curta vale a pena ver este conjunto que repete dia 01 de Maio (15:45) no Cinema Londres.

Carpe Diem.

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Indie Lisboa 2009 - Dia 2
O inicio do segundo dia do Indie deu-se com o Programa Desperate Optimists (a dupla Christine Molloy/Joe Lawlor), composto por 8 curtas-metragens intituladas "Civic Life" e uma independente chamada "Joy" (que deu origem ao primeiro filme da dupla, em competição no Indie, de seu nome "Helen" e que já tinha sido exibida numa edição anterior).
O conjunto de curtas "Civic Life" correspondem a filmagens da dupla de criadores, junto de diversas comunidades da Irlanda. Esta dupla tem a particularidade de filmar em planos sequência elaborados, repletos de poesia em imagem. São filmes que versam temas como as dores de crescimento (Now We Grow Up), a gravidez na adolescência e suas consequências (Leisure Centre), as pacíficas pequenas comunidades onde nem tudo o que parece é (Daydream, Revolution e Who Killed Brown Owl), a morte (Twilight), a união entre pessoas de diferentes raças e credos por um objectivo comum (Town Hall) e a adaptação a uma nova realidade (Moore Street).
São filmes de uma imensa sensibilidade, onde a sua curta duração não é problema, e dos quais destaco "Twilight". A dupla consegue, em apenas 5 minutos, descrever a dor da iminência da morte com uma senhora idosa a revelar aos seus amigos, em pleno rio Tyne e enquadrada pelas suas pontes, que está a morrer de cancro sendo esta a primeira e única vez que falará da sua mortalidade, porquer quer acabar a vida a viver... simplesmente magnífico!!
Uma lição de cinema a não perder e que repete dias 28 Abril (18 horas) e 01 Maio (00:00), sempre no Cinema City Alvalade.


Em seguida dirigi-me, pela primeira vez, ao auditório do Museu do Oriente, tendo em vista assistir ao filme "Ashes of Time Redux" de Wong Kar Wai. Trata-se do director´s cut do filme que este realizou há 14 anos... uma história de artes marciais e espadachins, no âmbito dos filmes conhecidos como "wu xia pian".
Confesso que desconhecia esta faceta de Wong Kar Wai, contudo o filme incorpora todos os seus temas e trata-se, acima de tudo, de diversas histórias de amor com a beleza das imagens e dos planos que este realizador nos habituou.
A história destes espadachins acaba por ser uma reflexão sobre a memória, os amores passados, o que poderia ou não ter sido feito e a possibilidade de esquecer o passado graças a um vinho mágico. O que importa ao realizador não são as sequências de lutas mas, sobretudo, a metafísica do ser, a complexidade das relações humanas e a procura do amor (possivel ou impossivel) que sempre pautou o seu cinema, mesmo aquele realizado fora de portas (My Blueberry Nights).
Uma descoberta emocionante de um realizador surpreendente, que poderão ainda ver no dia 02 de Maio às 19 horas, no auditório do Museu do Oriente.
O dia terminou com o filme sensação dos festivais por onde tem passado, refiro-me a "Tony Manero", uma co-produção entre o Brasil e o Chile, pelo realizador chileno Pablo Larrain.
A história do filme situa-se no Chile, no final dos anos 70, em pleno regime policial de Pinochet quando o ditador prendia, torturava e raptava qualquer desertor, através do relato do singular Raúl que pretende ser o melhor Tony Manero (personagem interpretada por John Travolta no filme "Saturday Night Fever") do Chile.
Trata-se de uma metáfora para um país em busca da sua identidade, sem ter digerido totalmente o seu passado. O foco do filme numa personagem odiosa, capaz de tudo para obter os seus objectivos, um rato de esgoto que escapa incólume e não tem problemas em roubar a idosos ou a mortos apenas para conseguir ser aclamado num programa de televisão como a melhor imitação de uma personagem que apenas existe em filme.
Apesar de, aparentemente, parecer um filme leve não tem nada disso, acabando por deixar aquele murro no estômago tão típico do cinema indie mais hardcore. Torna-se impossivel simpatizar com o personagem principal e ter pena da sua decadência (fisica/impotência, psicológica, social), é um homem que vive na ilusão de ser diferente, contudo não passa de um refugo de humanidade.
O facto da competição não lhe correr conforme esperado, a idade não perdoou, leva-o a perder a única réstia de esperança de vida, sendo o final em aberto (estupendo) a demonstração da extrema violência deste homem, encurralado na sua mente doentia.
A analogia das atitudes de Raúl com o regime de Pinochet resulta na perfeição num filme seco e que merecia estreia comercial em Portugal... há uns anos o Grupo Medeia chamaria um figo a este filme que tem todas as condições para obter o sucesso do "Segredo de um Cuzcuz". Se puderem não percam as exibições dos dias 28 Abril (18:15) ou 01 Maio (00:15), sempre no Cinema City Alvalade.
Carpe Diem.

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Indie Lisboa 2009 - Dia 1
O final do mês de Abril corresponde sempre ao regresso a um dos meus maiores vicios, o Indie Lisboa, local onde descubro cinematografias/filmes "diferentes" e, quase sempre, interessantes. Este ano, contudo, falhei o primeiro dia do Festival (23 Abril), correspondendo esta crónica ao segundo do Indie (24 Abril).
Antes de comentar os filmes propriamente ditos deste dia, quero referir a existência de mais 2 espaços de exibição no Indie Lisboa 2009, Cinema City Alvalade (duas excelentes salas de um cinema de bairro recentemente recuperado com muita qualidade) e o auditório do Museu do Oriente. Por outro lado, e de forma negativa, este ano não é exibido nenhum filme de Johnnie To, situação anómala face a anos anteriores (era o totalista do Indie) e que tanto fez pelo carisma do festival... será que após a retrospectiva selectiva do ano passado os promotores do Indie tiveram medo de saturar o público?
Comecei com o filme chileno "Alicia en el País", retrato de uma menina de 13 anos que percorre uma distância de mais de 160 kms a pé, entre a sua cidade natal na Bolívia e o norte do Chile, em busca de emprego na cidade turística de San Pedro de Atacama. Apesar de para nós europeus poder ser considerado penosa tal caminhada, para os quechua (principal grupo étnico do antigo império inca e do qual pertence Alicia) se trata de um feito ligado à espiritualidade e tradição, outrora fazendo a ponte para a idade adulta e, actualmente, ligado à entrada ilegal de pessoas no Chile.
O filme apresenta uma estética muito devedora de Gus Van Sant (principalmente do filme "Gerry"), optando o seu realizador (Esteban Larraín) a filmar em longos planos sequência a sua protagonista, tendo por "banda sonora" a sua respiração e passos no meio de paisagens de perder o fôlego. Trata-se de um filme díficil, contemplativo e espiritual que nos consegue fazer sentir o mesmo que Alicia. Ainda existem pequenos flashbacks da sua infância junto da familia.
Apesar da beleza do objecto e do seu formalismo estético, é um filme muito complicado e profundamente de arte e ensaio... creio que será este o pior filme daqueles (a rever no final do Indie) que escolhi ver este ano. Quem me conhece sabe da minha pequena aversão a pipocas na sala de cinema, situação que existe no Cinema City Alvalade, e eu não compreendo como é que pessoas entraram com baldes de pipocas para assistir a um filme destes... o filme repete dias 29 Abril (21:30 no Cinema City) e 02 Maio (00:00 no Cinema City).


Seguiu-se o documentário "Tyson", realizado por James Toback, em sessão única neste Indie Lisboa. Trata-se de um documentário, na primeira pessoa, sobre o pugilista americano Mike Tyson e a sua forma/opções de vida. Não sou apreciador de boxe, contudo a figura "bigger than life" de Tyson, nas suas discrepâncias e incongruências, entusiasmou-me a assistir a esta película.
Uma das grandes curiosidades do filme foi saber que Tyson ganhava por K.O., quase sempre nos primeiros rounds, tendo em vista evitar que os combates durassem muito tempo e lhe faltasse o ar, já que é asmático desde criança. Depois o que vemos é, no fundo, um miudo outrora gordo e saco de pancada dos outros, com um medo atroz de voltar a sofrer e, como consequência disso, protege-se a si próprio. O filme não escamotei nada do seu passado, desde a atracção pelos gangsters de rua, a sua passagem por reformatórios juvenis (onde se sentia em casa tal era a quantidade de amigos que lá encontrava), culminando no aparecimento do seu mentor, Cus D´Amato, que lhe permite recuperar a auto-estima pela via do boxe e reencontrar um pai.
Trata-se de um filme onde não existe qualquer tipo de desculpabilização da imagem e atitudes de Tyson ao longo da sua vida, seja pelo casamento falhado com Robin Givens (e as agressões fisicas a esta), a orelha arrancada de Hollyfield (e a loucura que o assolou após a morte do seu mentor) ou a sua prisão por violação de uma candidata a Miss América. Tyson é uma personagem complexa, intensa e falível (não serão assim todos os mitos?), tornando-se assim ainda mais humano, apesar do "animal" de arena que era.
Obscuro, íntimo, violento, cómico, absurdo, erótico, trágico e humano, Tyson é uma figura, antes de mais, marcada pelas suas raízes, tanto étnicas como de classe. Um homem com muito medo de voltar a sofrer que, a certo momento do filme, diz querer ser amado mas que nada tem para dar em troca. Um grande filme que deveria estrear comercialmente em Portugal.
O fim do dia deu-se com "Louise-Michel" da dupla Benoit Delépine e Gustave Kervern que já tinham trazido ao Indie uma anterior metragem de seu nome "Aaltra" (road movie com dois tipos em cadeiras de rodas), recheado de um humor muito próprio e intensamente negro.
Em traços muito gerais, o filme retrata a história de um grupo de trabalhadoras de uma fábrica de brinquedos, em dificuldades, que encontram uma manhã o edifício vazio, sem maquinaria e sem saber onde pára a equipa de gestores. A proposta de uma das trabalhadoras, Louise, passa por juntarem o dinheiro da indemnização que dispõem para contratar um mercenário, tendo em vista assassinar o patrão.
Recheado de um humor rebelde, imaginação cartoonesca e uma banda sonora com o melhor indie rock é, igualmente, tremendamente negro. Michel, o tal mercenário contratado, não consegue sequer disparar contra um cão (mas adora disparar contra as estrelas) quanto mais numa pessoa, usa doentes em estado terminal para executarem as suas funções. Louise, uma mulher meio atrasada mental, captura animais para comer (como pombos) e como não consegue adquirir uma garrafa de vodka bebe liquido para fogueiras. Por este excerto já se vê o grau de loucura deste filme, uma tremenda critica ao neo-liberalismo e à globalização.
O facto de Louise e Michel não serem bem mulher e homem respectivamente, torna o filme ainda mais interessante na sua miscelânea de temas. Um filme a descobrir que repete dias 26 Abril (21:45), 27 Abril (15:30) e 30 Abril (21:45), sempre no Cinema City Alvalade.
Carpe Diem.

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Tesouros da MPP 2 - Nel Monteiro

Eu juro que ia só colocar um video desta rubrica mas quando descobri este excerto do filme "Heavy Arkitekture" de Edgar Pêra com esse "grande" cantor de intervenção nacional chamado Nel Monteiro não resisti!!

Este homem chama a merda pelos nomes, vejam bem e aprendam como se deve reagir em Portugal... reparem na beleza das imagens aliada à poesia das letras e com o detalhe de estarem traduzidas em inglês.

For that, friends of all world who joins my blog, i introduce to u the song-writer Nel Monteiro!!

Carpe Diem.

 
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Os Tesouros da MPP 1 - Elvio Santiago

Vou criar esta nova rubrica no meu blog para dar a conhecer, numa tarefa olímpica, a "boa" musica que se faz em Portugal e os "grandes" valores que despontam um pouco por todo o lado.

Demonstrando que a Musica Pimba Portuguesa (MPP) está actualizada, aqui deixo o video desse expoente que é Elvio Santiago com a música "Vou-te Excluir do Meu Orkut", gravado ao vivo no programa da manhã da TVI.

Digam lá se isto não dá prazer ver e ouvir!! E o mesmo "cantor" tem outra musica chamada "Vou-te bloquear do meu Hi5"...imaginação não lhe falta!!

Divirtam-se!!
Carpe Diem.

 
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Uma Aventura no Ar

Estou ansioso por este filme, trata-se da mais recente loucura da Pixar, com estreia prevista para Portugal a 13 de Agosto (ainda falta tanto...), chamada "Up".

O filme retrata a história de um vendedor de balões de 78 anos, chamado Carl Fredricksen que, finalmente, realiza o sonho da sua vida... uma grande aventura!! Decide prender milhares de balões à sua casa e voar à descoberta da América do Sul. Mas ele vai descobrir, tarde demais, que o seu maior pesadelo também embarcou nesta viagem… Um explorador da natureza, super optimista, de 8 anos chamado Russel.

Deve ser um mimo!! Regalem-se com o trailer e agora temos de esperar até Agosto!!

Carpe Diem.

 
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Bailarinas de Talento
Torna-se sempre curioso quando um filme demora cerca de 1 ano a estrear em Portugal (depois de ter passado no Indie Lisboa 2008) e, se o faz em cinema (normalmente são directos para DVD), pode acontecer ser exibido apenas em uma sala (Medeia King). Foi exactamente isso que aconteceu com o último filme de Abel Ferrara, chamado "Histórias de Cabaret" (Go Go Dolls, no original).
Ferrara apresenta aqui um filme de pequeno orçamento, leve (se for possivel encontrar leveza no cinema de Ferrara), sem argumento e laivos de burlesco, longe portanto da maravilhosa procura da espiritualidade do seu filme anterior.
O filme retrata um dia no clube "Ruby´s Paradise", detido e gerido por Ray Ruby (Willem Dafoe), que se encontra em profunda decadência resultante do seu próprio anacronismo (um bar da NYC dos anos 80) e do vicio de Ray na lotaria.
O problema é que não existe dinheiro para pagar às suas bailarinas (onde se inclui uma magnifica Asia Argento), o seu principal financiador e irmão quer sair (Matthew Modine), a senhoria (Sylvia Myles) visita todas as noites o clube exigindo o seu dinheiro, o chefe de sala (Bob Hoskins) tenta angariar clientes chineses para revitalizar o espaço e tudo o que poderia correr mal acontece... até que o contabilista de Ray (Roy Dotrice) decide apostar todo o dinheiro do cabaret num esquema de lotaria cujo prémio ascende a 18 milhões de USD, este sai mas... como se ganha a lotaria se não se encontra o bilhete?
O filme tem momentos hilariantes, um cast estupendo e onde se nota um elevado grau de improvisação. Impressionante como Ferrara usando, praticamente, apenas o set do clube, consegue imprimir a esta pequena história de "loosers" e sonhadores uma imensa força e sensibilidade. Não se trata apenas de meninas a fazerem strip, mas sim um clube que priveligia o talento e chega a promover um dia por semana de um show de talentos muito diferente das table dances habituais.
Não seria um filme de Ferrara se não existissem algumas das suas bizarrias, como no festival de talentos que transforma por completo o clube, o momento musical de Ruby onde este demonstra o amor que tem pelas suas bailarinas e o show de Asia Argento (só ela mesmo seria capaz disto).
Este não é um Ferrara vintage, contudo é um filme deveras interessante, divertido, com uma pujança muito própria e um final divertidíssimo. Para os fãs continua a ser incontornavel, para os outros experimentem outras obras-primas antes desta como o "Maria Madalena", "O Funeral", "Um Policia Sem Lei" ou "O Rei de Nova York".
Carpe Diem.

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Uma Shica com salero
Tive o prazer de assistir ontem, no Cinema S. Jorge, ao primeiro concerto de La Shica em Portugal e o resultado final foram 2 horas de um show irregular, contudo bastante intenso. La Shica (Elsa Rovayo) é uma artista completa, representada por uma voz intensa, sensualidade em palco por via da dança (flamenco e não só), muita alegria na comunicação com o público e toda uma teatralidade que se encontra associada à musica espanhola/latina.
La Shica apresentou o seu primeiro album, "Trabajito de Chinos", de onde resultam diversas influências musicais que começam no flamenco, passam pelo hip-hop, o jazz, a soul e rap. Uma mescla de sons que conjugam, na maior parte das vezes, de forma perfeita com uma estranheza que se entranha em quem a ouve.
A sua postura e alegria em palco contagia os espectadores, bem como os seus colaboradores: Fernando La Rua (guitarra flamenca), Pablo Martin (percussão), Miguel Rodriganez (contrabaixo), Luis Domerq (autor das letras), Guadalupe Torres e La Popi (coros e bailarinas). No final, cada um teve direito a uma dança a solo que terá sido o momento mais divertido e original do show.
Quem viu o filme "Fados" de Carlos Saura lembra-se dela, quem não teve essa oportunidade ou não esteve presente ontem no S. Jorge, pesquise por ela no YouTube ou comprem o CD e deixem-se maravilhar por este novo talento da musica de "nuestros hermanos".
Uma última nota para a falta de respeito (infelizmente habitual em eventos culturais) dos portugueses que, faltando apenas 5 minutos para o inicio do concerto aglomeravam-se aos magotes à porta do S. Jorge em amenas cavaqueiras e raros eram os que fumavam... se fosse em Londres tinham perdido logo uma parte do show.
Espero que a Time Out continue a permitir-me descobrir estas novidades musicais... ou não :)
Carpe Diem.

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Música do Mundo - La Shica

Continua a compensar ser leitor da Time Out, hoje lá vou eu a mais um concerto à borlix!! Desta vez, diz respeito à senhora do video acima que se chama La Shica.

Trata-se da cantora espanhola Elsa Rovayo de 32 anos que ficou cognominada de La Shica pelo seu tamanho... somente 1,58 metros, caso para dizer que as mulheres são fortes qualquer que seja a sua altura.

Esta cantora é uma das mais recentes revelações da música, em Espanha, que mistura o flamenco com a copla e a música cantada suportada apenas por voz como a Bjork. Algo de diferente e interessante que se encontra reproduzido no seu primeiro albúm com o nome "Trabajito de Chinos".

Será este albúm que esta cantora apresentará esta noite no S. Jorge pelas 21:30, depois contarei tudo sobre o concerto e deixo-vos aqui um pequeno aperitivo na forma da música "Bien Paga".

Carpe Diem.

 
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Recordações de Infância - Fantasias de Natal

As recordações de infância não ficariam completas sem os anúncios que passavam entre os desenhos animados. Muitos deles ficaram na memória... uns pelo jingle e outros pela imaginação.

Este anúncio dos chocolates "Fantasias de Natal" preencheu o meu imaginário durante muito tempo e, hoje em dia, o que noto é que o sacana do velho limpava os chocolates todos à miuda!!

Tudo isto para saber que o coelhinho ia com o Pai Natal mais o Palhaço ao Circo, sortudos hein?

Carpe Diem.

 
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Feliz Páscoa a todos!!

Como não sou uma pessoa convencional no estrito sentido do termo, quero desejar votos de Boa Páscoa a quem me lê com este videoclip, trata-se das minhas "amêndoas" para vocês.

A musica chama-se "Thousand Beautiful Things" e foi composta e cantada por Annie Lennox. Penso que a letra representa bem o espírito desta época, um salto de fé no infinito e a promessa de ressurreição do ser e da alma.

Aproveito para informar que, quem goste da Annie pode já adquirir a box "The Annie Lennox Collection", composta por um 2 CD´s (um best-off e outro de raridades) e 1 DVD (videoclips).

Se esperavam coelhinhos saltitantes ou imagens de amêndoas às cores podem procurar noutro lado e ainda espero que me expliquem o porquê de coelhos com ovos!!

Carpe Diem.

 
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Músicas do Mundo - Lisa Ekdahl

Existem vozes que soam etéreas e nos fazem sonhar, podemos não entender o que dizem, podemos não perceber a emoção mas sentimos sempre a força de uma voz.

A senhora do video é Lisa Ekdahl que acabou de lançar em Portugal o seu novíssimo albúm de nome "Give me That Slow Knowing Smile" (titulo belissimo tal como as canções que o compõem) e que esgotou o CCB, a Casa da Música e o Cine Teatro de Alcobaça em Novembro 2008.

A musica tem por nome "One Life" e o video foi gravado durante uma sessão mais intima de gravação do albúm.

Aproveitem e vão treinando o vosso sorriso mais lento porque só se vive uma vez,

Carpe Diem.

 
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Recordações de Infância - Duarte e Companhia

As recordações de infância não se limitam apenas a desenhos animados e séries estrangeiras e a prova está aqui nesta magnífica série da RTP de nome "Duarte e Companhia".

O conjunto de um genérico louco (com um 2 cavalos a andar sozinho), argumentos mirabolantes e personagens memoráveis, tornaram esta uma das minhas séries de eleição e com a qual muito me divertia e emulava os personagens principais em 1001 brincadeiras.

Quem não se lembra do temível Lúcifer (Guilherme Filipe), as tonterias de Tó (António Assunção), os murros da secretária Joaninha (Paula Mora), o chinês (Frederico Chiong - "mim ser chinês e não japonês), o malvado e enorme Rocha com o seu bigodinho (António Rocha) e o untuoso Átila (Luis Vicente), entre outras personagens de uma galeria impressionante.

Existem as 2 temporadas em DVD e é um "must have" ainda que, não tenham legendas em português, não ajudando em nada quem tem problemas auditivos.

Divirtam-se a recordar porque assim vale a pena ser português:
Carpe Diem.

 
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O dia dos ovos de Páscoa é a 09 Abril!!
Este ano a Páscoa chega, ligeiramente, mais cedo já que no próximo dia 09 Abril (Quinta-Feira) ocorrem dois grandes acontecimentos para este bloguista.
Em primeiro lugar, será neste dia lançado o 7º volume (corresponde à 1ª metade do original "Feast for Crows") da saga "As Crónicas de Gelo e Fogo", de George R. R. Martin, com o nome "O Festim dos Corvos" e do qual podem apreciar a capa aqui ao lado.
Depois de uma longa espera (não é Raquel?) podemos deitar a mão a mais um volume da história épica de Westeros e dos seus clãs com a certeza de que, em Portugal, ainda sairá a segunda metade este ano (em principio em Junho mas ainda não é certo), chamada "Mar de Ferro".
Estou ansioso por este lançamento por 2 grandes razões: ser um novo livro da saga maravilhosa e empolgante de Martin e por ter uma estrutura bem diferente dos livros anteriores. Segundo dizem, estas 2 metades serão bastante diferentes e incluem personagens mistério que só serão divulgadas no "A Dance with Dragons" (a sair nos EUA em Setembro, isto se Martin decidir acabar o livro, o que não é nada certo!!).


O outro grande acontecimento deste dia é o inicio da venda de bilhetes para o Indie Lisboa 2009, no Fórum Lisboa. Para quem adora este Festival e consegue, dentro do progama de 2009, escolher 20 filmes interessantes para assistir (coisa simples neste Festival) pode adquirir o voucher para 20 sessões por 54 € (cada bilhete custa 3,5 €).

Este ano ainda não consegui perceber bem a programação do Festival derivado da estética do novo site (www.indielisboa.com) que apresenta os filmes e programação de forma confusa e sem descrições.

De qualquer forma recomendo: o ciclo dedicado a Werner Herzog, François Ozon ("Ricky"), Bill Plympton ("Hot Dog"), André Téchiné ("J´embrasse Pas" e "La Matiouette"), Christophe Honoré ("La Belle Personne"), Louis Garrel ("Mes Copains") e James Toback ("Tyson").

Estes são os mais conhecidos mas, o interesse maior do Indie, é sempre a descoberta de novos valores e conseguir surpreender o espectador. Têm muito por onde escolher entre filmes, documentários, curtas, animação, indie rock, sessões especiais (entre elas o último filme de Manuel de Oliveira).

Arrisquem e aproveitem o Indie de 23 Abril a 03 Maio, Carpe Diem.

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Verão Azul - Como eles estão...

Para quem tem curiosidade de saber como estão os jovens da série aqui fica um video da homenagem efectuada, em 2001, pela cidade de Nerja.

De todos, quem se deu pior foi o "Pancho" já que se meteu na droga e a "Desi" que está irreconhecivel... os restantes estão +/- semelhantes, com toques da criança que foram outrora. Só "Chanquete" (Antonio Ferrandis) não estava presente por ter falecido em Outubro de 2000.

Longa vida a todos,
Carpe Diem.

 
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Recordações de Infância - Verão Azul

Este é daqueles momentos de TV que eu recordarei para sempre... a loucura que era assobiar este genérico, deixava um imenso rasto de felicidade. Já repararam que me refiro à saudosa série espanhola "Verão Azul".

A série retratava as aventuras e desventuras de um grupo de jovens durante o chamado período de "férias grandes", no Verão, na cidade de Nerja (Málaga) e dos seus relacionamentos com as pessoas da terra e com os seus pais.

O tratamento inovador de certos temas nos anos 80 como a morte, sexo, amor, amizade e ecologia, tornou esta série um fenómeno de culto em Espanha e em Portugal.

Tendo por protagonistas os jovens Tito, Piranha, Quique, Desi, Pancho, Javi e Bia, os pais de cada um, a amiga pintora Julia e o sempre eterno Chanquete, sempre sob a realização de Antonio Mercero.

Nos dias de hoje, podem dizer que a série não envelheceu bem ou é demasiado ingénua, contudo ainda recordo com imenso prazer os seus momentos mais emblemáticos, como a morte de Chanquete ou o hino "No nos moverán" no célebre episódio da tentativa de destruição de La Dorada.

Foram 2 temporadas absolutamente mágicas, editadas em DVD em Portugal pela New Age Entertainment, que vale a pena adquirir!! Eu já as tenho e que bem que sabe recordar isto!!

Carpe Diem.

 
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